MAIS SOFRIDO DO QUE DEVERIA SER

Sempre fui fã de resenhas sobre futebol. Gostava de ver as análises dos “especialistas”, para compará-las com as minhas. Algo que foi ficando mais difícil com o tempo, quando a necessidade da audiência dos torcedores da região com maior poder de consumo no país, transformou esses programas em uma mera disputa entre quem passava mais tempo falando deles ou tinha a maior capacidade de distorcer a realidade para agradá-los.

Foi quando, em um desses programas, vi um comentarista afirmar, com a maior segurança e naturalidade, em uma dessas Resenhas Bairristas da ESPN:
– “A mídia paulista não se conforma com o fato de um time de fora de São Paulo ter a Maior Torcida do Brasil”.

Cheguei a tomar um susto:

– PÔ, QUEM É ESSE CARA?
Esse é Diferente! Gostei dele!
Mais ainda quando percebi que, além do mais corajoso, ele era o mais eloquente, inteligente, enxergava mais de futebol e, nitidamente, era flamenguista.

Só que aí …
Da mesma forma que um ator precisa do “timing” de comédia para ser engraçado, o repórter precisa desse mesmo “timing”, para fazer as perguntas certas nas horas certas. E ele NÃO TEVE esse “timing” com o nosso Presidente na época.

Naquele episódio com o EBM, após nossa eliminação da Libertadores, faltaram sensibilidade, educação e respeito.

Mas, com o desconto dado normalmente a quem se admira, eu teria deixado esse episódio para trás, se, a partir dele, o jornalista não iniciasse uma SISTEMÁTICA perseguição ao nosso Presidente. Ficou FEIO, muito feio mesmo. NÃO GOSTEI!

Chega 2019, EBM não é mais Presidente, e Abel é o escolhido da nova Direção. Comete erros, claro (é comum em novos trabalhos), mas vai alcançando cada um dos seus objetivos, mesmo tendo tido um Fla-Flu e um jogo contra o Peñarol pra esquecer.
Não para o Mauro.

Os ataques ao nosso ex-treinador chegaram a um nível tal, que soavam como falta de respeito a um profissional extremamente merecedor dele. Um comportamento, a meu ver, MUITO MAIS GRAVE até do que aquele de ligar para a Diretoria de uma empresa, reclamando de um funcionário que o ofendera e causando sua demissão.

Dessa vez, seu prestígio, com uma parcela significativa dos nossos torcedores, acabou amplificando a insatisfação com nosso treinador e nossa Direção se apressou em buscar uma opção, resultando no seu pedido de demissão. O que considero MUITO preocupante.

A Diretoria de um clube do tamanho do nosso NÃO PODE tomar decisões baseadas na vontade de sua torcida e a nossa torcida não pode se deixar influenciar TANTO, pelo seu mal humorado representante na mídia. Pô, gente, o bom humor SEMPRE foi nossa Marca Registrada.

Não basta classificação em Libertadores, Copa do Brasil, G4, títulos (meio mixurucos, mas SÃO títulos), SEMPRE existe a vítima da vez. O Abel já foi, mas isso, ao que tudo indica, apenas desviará o foco de ataque para outros.

Por que será? Que MALDITA necessidade é essa? Por que tantos de “NÓS” se permitem trabalhar contra “NÓS MESMOS”?

Abel sempre passou longe, MUITO LONGE MESMO, se ser meu treinador favorito. Mas, com ele, reuníamos três fatores extremamente importantes, para o sucesso em qualquer esporte coletivo: Experiência, Qualidade e UNIÃO.

E agora, mais uma vez, estamos no meio do ano imaginando que a solução para os nossos “Problemas” (QUE PROBLEMAS ???) é um novo treinador, estrangeiro, que vai precisar começar do Zero.

Não passa certa sensação de “Filme já Visto”? Pois é! O jeito é torcer para que, dessa vez, tenhamos acertado na escolha, evitando que sejamos obrigados a trocar pela 57ª vez neste século.

Tamanha precipitação, na avaliação de um trabalho que não chegou a completar meio ano, poderia ter nos custado MUITO caro ontem. Ficou NÍTIDO (pela pressão que sofremos de uma equipe MUITO inferior a nossa, dentro da nossa própria casa) que havia uma equipe em campo orientada, com uma estratégia definida, com uma forma de jogar pré-estabelecida, enquanto a outra atuava apenas na base da intuição, qualidade individual de seus jogadores e coração.

Em uma partida decisiva, eliminatória, e contra um adversário que a mídia se esforça TANTO para que pareça do nosso tamanho, não era pra sermos dirigidos por um principiante.
E se o pior tivesse acontecido? Será que quem contribuiu TANTO para a demissão do nosso ex-treinador assumiria sua parcela de responsabilidade? DUVIDO MUITO!

É claro que estou feliz. Eliminar esse bando de Mafiosos é sempre um GRANDE prazer. Mas a sensação que verdadeiramente define meu sentimento ao final da partida é “ALÍVIO”. Primeiro, por existir o VAR, pois, caso contrário, o levantador de bandeiras teria anulado nosso gol LEGÍTIMO. E também porque, com essa vitória, o Sr. Jorge vai poder encontrar um ambiente de absoluta tranquilidade para iniciar seu trabalho. AMÉM!

PRA CIMA DELES, MENGÃO !!!

Fonte: null

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