Abel Braga achou “linda” a entrega dos jogadores do Vasco no clássico contra o Flamengo, quarta-feira. Mas além da beleza citada pelo treinador, motivo de irritação da torcida nas redes sociais, existe o que aproveitar em termos táticos e técnicos da derrota para o maior rival. O nome se chama Juninho.

O meia foi um dos pontos positivos na equipe que o treinador colocou em campo. Um dos poucos, diga-se de passagem. Referência na Copa São Paulo de Futebol Júnior, saiu da competição direto para o clássico no Maracanã, onde estreou pelos profissionais.

Sua desenvoltura agradou: é um jogador fisicamente forte, com recursos de finalização de fora da área. Em uma das melhores jogadas dele no primeiro tempo, driblou os marcadores e arriscou o chute.

Quem acompanha mais atentamente as divisões de base do Vasco já conhece as potencialidades do jogador, que pode faz bem a famosa função de box-to-box, quando o meia consegue atuar tanto perto da própria área, fazendo a proteção à defesa, quanto próximo da área adversária, assistindo e finalizando.

Mas quem teve o primeiro contato com o futebol do garoto ficou com boa impressão. No intervalo da partida no Maracanã, o jornalista Carlos Eduardo Mansur fez elogios a Juninho. Quando o Vasco ainda tentava colocar a bola no chão e fazer lançamentos para o ataque em vez de chutões, ele se destacou. Depois, caiu de produção com o restante do grupo.

Abel Braga também falou bem da promessa, na entrevista coletiva depois da derrota, e ainda deixou aberta a possibilidade de aproveitá-lo, nem que seja no banco, também no sábado, quando os titulares enfrentarão o Boavista.

O novo esquema tático do Vasco, que o treinador tenta implementar nesta nova passagem à frente do time, pode facilitar a ascensão de Juninho. O meio de campo com quatro jogadores aumenta as chances dele. Bruno Gomes, Raul e Talles Magno despontam como intocáveis. A quarta vaga está aberta.

Ainda mais depois que Gabriel Pec e Lucas Santos, em campo nas duas primeiras partidas na temporada, não deram conta do recado. Os garotos saíram na frente, mas Abel Braga é uma folha praticamente em branco em São Januário, com poucas referências passadas dos meninos. Para Juninho tomar a dianteira é um pulo.