A superioridade do Flamengo sobre seus rivais do Rio fez com que a máxima de que clássico não tem favorito caísse em desuso. Mas, vez ou outra, ela se faz presente. Nesta quarta-feira foi assim. Depois de um início arrasador do rubro-negro, o Fluminense não se deu por vencido e, por muito pouco, não surpreendeu. Mas a lógica prevaleceu. Com um 3 a 2 suado, o campeão brasileiro e da Libertadores vai decidir a Taça Guanabara, no dia 22. O adversário sairá da semifinal entre Boavista e Volta Redonda, que se enfrentam no domingo.

Se o primeiro Fla-Flu do ano foi manchado pelo canto de “time assassino”, no segundo a bola nem precisou rolar para ficar claro que, desta vez, a festa não seria comprometida. Os tricolores preferiram provocar com balões nos quais se lia os anos em que o time das Laranjeiras levou a melhor sobre o rubro-negro em finais (1919/36/41/69/73/83/84/95). Já os flamenguistas revidaram com uma faixa em que exaltavam seu maior número de títulos. O ponto negativo foi o coro de gritos homofóbicos da torcida do Flamengo.

A superioridade técnica do Flamengo ficou clara já no começo. Com sua tradicional pressão sobre os adversários, o time de Jorge Jesus só precisou de pouco mais de um minuto para abrir o placar, com Bruno Henrique. Em bola levantada por Filipe Luís, ele subiu mais que todos os tricolores e aproveitou saída errada de Muriel para marcar, de cabeça.

A agressividade rubro-negra expôs as deficiências do Fluminense. Principalmente na saída de bola. Os tricolores precisavam apelar aos chutões. Quando tentavam trocar passes, erravam. Foi assim aos 10, quando Henrique deixou passar um recuo de Wellington Silva e a bola sobrou para Gabigol ampliar.

O desempenho tricolor era tão ruim que nem Muriel escapou. Após a falha no gol, errou muito com a bola nos pés e passou a ser vaiado pela torcida. Até o intervalo, o Fluminense só teve duas chances.

A equipe de Odair Hellmann voltou do intervalo tentando pressionar o adversário. Mas se empolgou demais, deu espaços e foi castigada. Aos 4, Gabigol ajeitou de letra para Filipe Luís marcar seu primeiro gol com a camisa do Flamengo.

reação tricolor

A superioridade do Flamengo era tanta que os rubro-negros demoraram a perceber a reação tricolor. A entrada de Fernando Pacheco, logo em seguida, melhorou o setor ofensivo do time. Tanto que foi a partir de falta sofrida por ele na entrada da área que teve origem o gol de Luccas Claro, aos 15.

Enquanto o time de Jesus fazia a bola rodar com calma, os tricolores se esforçavam para encontrar uma chance em contra-ataque ou na ligação direta. E foi num bate-rebate dentro da área que Evanilson achou o gol que recolocou sua equipe na partida.

Os minutos finais foram de pressão tricolor. Bastava mais um gol para eliminar o rival, que já não conseguia mais criar. Ele até saiu, com Pacheco, que se revelou uma ótima peça para Odair. Mas o peruano estava impedido. O apito final trouxe — quem diria? — um alívio rubro-negro.