O armador Ricardo Fischer, do Flamengo, nem sequer entrou em quadra na tarde deste sábado no ginásio Panela de Pressão, em Bauru, mas foi um dos principais personagens durante a partida entre o Rubro-negro e o Bauru Basket, vencida pelos cariocas e que abriu a nona temporada do Novo Basquete Brasil (NBB 9). Isso porque alguns torcedores bauruenses ainda não perdoaram o atleta por sua decisão de trocar o Dragão, time que defendeu por quatro temporadas, pelo Flamengo, e trataram o ex-ídolo com gritos de “mercenário, mercenário”.
Além dos gritos insistentes dirigidos ao armador, que permaneceu no banco de reservas, poupado por conta de uma lesão muscular, a torcida fez circular nas arquibancadas do Panela de Pressão cédulas semelhantes às de R$ 100, mas com a face de Ricardo Fischer no lugar da efígie simbólica da República. O motivo da reação seria a forma turbulenta da saída de Fischer, que chegou a se declarar em uma rede social como jogador do Flamengo durante um show ao lado da funkeira Ludmilla antes mesmo do anúncio oficial junto ao clube bauruense.
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– É normal, é o papel da torcida, mas quem sabe da real situação de tudo o que ocorreu na transação são meus amigos e a minha família, e isso é o que importa pra mim. Os torcedores vão torcer contra sempre, ainda mais que eu saí para um rival, mas não levo [as provocações] em consideração, até porque ainda tenho muitos amigos aqui em Bauru. Não tenho mágoas e eu já esperava esse tipo de coisa. Se eu fosse torcedor eu também faria isso. Eu até gostei das notas e pedi pra um diretor pegar uma dessas pra mim – disse o armador do Flamengo.
O técnico do Rubro-negro, José Neto, não acompanha seu jogador e pensa diferente com relação ao tratamento dispensado ao atleta. Segundo o treinador, Fischer não merecia isso em função de tudo que fez pelo Bauru Basket.
– Entendoque a torcida vem para torcer, mas eu particularmente não gosto muito disso porque acho que ele [Fischer] já deu muita coisa pra Bauru, é um jogador de referência em nível nacional e não sei se ele merecia isso. Um jogador brasileiro que faz um triple-double na NBA em pleno Madison Square Garden, merece mais respeito, mas o menino tem cabeça boa, vai ficar triste um pouquinho, é vida que segue – disse o comandante flamenguista, em referência à atuação de gala de Fischer em jogo do Bauru na pré-temporada da NBA do ano passado.
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