Os primeiros 90 minutos do Flamengo sob o comando de Paulo Sousa se dividiram entre novas ideias para a defesa e boas respostas dos homens de ataque. Na estreia do elenco principal, o técnico português iniciou o trabalho com uma formação reserva, que se apresentou com três zagueiros atrás e na frente a aposta em Marinho, reforço recém-chegado e personagem da vitória de 3 a 0 sobre o Boavista, em Volta Redonda.

Não só por um dos gols, como pela dedicação, Marinho teve exibição empolgante, mas só jogou a primeira etapa. No segundo tempo, Paulo Sousa deu rodagem a Gabigol ao lado de Pedro, e lançou Everton Ribeiro em posição diferente, no lugar de Renê. O time criou novas alternativas e ampliou. No ritmo de um velho conhecido e por vezes perseguido: Vitinho.

O atacante criou as jogadas e deu assistências não apenas para Marinho, mas também Pedro e Gabigol, que completaram o placar no segundo tempo. A principal dificuldade não esteve nos jovens Noga e Cleiton, que jogaram lado do zagueiro Gustavo Henrique e mais tarde de David Luiz. E sim na transição, responsabilidade de Thiago Maia e João Gomes. Quando Arão entrou no lugar do garoto, o time teve mais consistência.

Pelo que mandou a campo entre um tempo e outro, Paulo Sousa indicou que vai implantar o sistema que usou nos trabalhos anteriores. Um 3-4-3 com a bola e uma linha de 4 sem ela para defender. Nesse cenário, a concorrência se acirra.,

Contra um adversário frágil, o Flamengo foi pouco pressionado, e as bolas chegavam aos meias e alas sem dificuldade. As jogadas se alteraram entre Vitinho e João Gomes e Matheuzinho e Marinho, com destaque inicial para a segunda dupla na direita.

Mas foi Vitinho quem criou, com habilidade, as primeiras chances, que Pedro desperdiçou. Pela ponta esquerda, Vitinho insistiu até achar Marinho para abrir o placar. O camisa 11 dava profundidade, mas flutuava por dentro, e protagonizou também as melhores jogadas no segundo tempo. Quando Éverton Ribeiro entrou no lugar de Renê, Vitinho cresceu ainda mais e serviu Pedro, que enfim completou com perfeição.

Com a vantagem, Paulo Sousa fez novo experimento. Tirou Pedro e lançou Rodinei para atuar na ala esquerda. Com isso, Éverton Ribeiro retornou à posição original, pela direita, e Gabigol foi para o comando do ataque. O camisa 9 desperdiçou algumas chances quando esteve aberto pela direita, e teve pouca interação com Pedro. Mas quando o companheiro saiu, deixou o seu, se posicionando no meio da área para receber passe preciso de Vitinho.