O que é necessário para um jogador de futebol alcançar bons resultados? Será que apenas uma boa forma física, o domínio de passes técnicos e o trabalho em equipe são suficientes? Esses podem ser os primeiros aspectos que vêm à mente da maioria das pessoas, porém, a saúde mental também desempenha um papel fundamental, sendo muitas vezes negligenciada nos times.
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, revelou recentemente que sete jogadores da equipe estão passando por tratamento psicológico. Surpreendentemente, esses jogadores estão sendo encaminhados a profissionais externos, uma vez que o clube não dispõe de um psicólogo interno na Gávea.
A pressão no mundo do futebol é intensa para os jogadores, podendo resultar em problemas emocionais se não houver um suporte especializado ao longo do tempo. Recentemente, temos observado diversos casos desse tipo, como o do jogador Richarlison, que enfrentou depressão pós-Copa do Mundo. Portanto, a presença de um profissional dedicado a questões psicológicas, tanto a nível individual quanto coletivo nos times, é crucial.
No contexto esportivo, a busca por vitórias gera uma carga emocional significativa para os jogadores e dirigentes. Além disso, a exposição constante nas redes sociais e na mídia resulta em um ambiente de avaliação que impacta a autoconfiança dos atletas, tornando suas vidas pessoais públicas.
Problemas como ansiedade, depressão e estresse crônico afetam diretamente neurotransmissores como serotonina, dopamina e norepinefrina, os quais estão relacionados à regulação do humor, motivação e sistema de recompensa. Quando esses neurotransmissores estão desregulados, o desempenho dos jogadores é prejudicado, refletindo em resultados reduzidos.
A cultura do futebol também é um fator que dificulta a busca por ajuda por parte dos jogadores e o investimento dos clubes em suporte psicológico. A competitividade e a necessidade de demonstrar força constantemente são características marcantes desse meio, criando um ambiente no qual os jogadores hesitam em expressar suas fragilidades, intensificando o estigma em relação à saúde mental.
Além de contribuir para o bem-estar pessoal dos jogadores e do time como um todo, o suporte em saúde mental também é essencial para aprimorar o desempenho da equipe. Longe de ser um luxo, esse tipo de apoio deve ser considerado tão importante quanto o acompanhamento físico, sendo fundamental que os grandes times invistam nesse aspecto daqui em diante.
Publicado em colunadofla.com
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