A declaração de Adriano afirmando que voltaria a jogar de graça no Flamengo fez o debate sobre uma nova chance ao Imperador ganhar os corredores da Gávea. No futebol, os dirigentes trataram de colocar o assunto para fora do Ninho do Urubu em um momento de definição da temporada, mas no clube algumas ideias estão em debate.
"Se eu fizer um projeto e ele atender os requisitos, porque não tentar um contrato por produtividade?", afirmou um interlocutor da diretoria, que representa a ala dos que um experiência, antes de firmar vínculo.
Outra fonte, ligada ao futebol, garante que o tema ainda não chegou com força no departamento. O presidente Eduardo Bandeira de Mello tem evitado o assunto e atribuído ao movimento uma direção de fora para dentro do Flamengo. O núcleo duro que administra a pasta representa os que acham que Adriano, aos 35 anos, não joga mais futebol profissional.
Segundo essa corrente, o Imperador hoje é incapaz de se concentrar minimamente e viver de forma regrada em um ambiente de alto rendimento. No meio termo, está o grupo que não vê problemas em estender novamente a mão para um ídolo para que ele treine e tente se reerguer no futebol. O caso do argentino Conca, que se recuperou no Centro de Excelência em Performance e quase não jogou, é citado como exemplo.
Segundo pessoas ligadas a Adriano, não há no momento nada encaminhado, embora o jogador tenha indicado que vai começar a treinar em 2018. A declaração fez com que o mercado de times de menor investimento se agitasse, mas nenhuma equipe da Série A se manifestou.
Quem busca informações sobre as condições físicas do jogador ouve que a lesão de anos atrás que prejudicou o retorno, no tendão de Aquíles do pé esquerdo, seria um obstáculo para o retorno em alto nível, mesmo que o atacante se esforçasse para voltar a treinar. Um teste possível será no Jogo das Estrelas, de Zico. O ídolo rubro-negro convidou o Imperador para a partida beneficente no Maracanã no dia 27.
Processo contra o clube por falta de pagamento não foi extinto
Apesar de declarar o desejo de jogar de graça no Flamengo, vale lembrar que Adriano cobra salários atrasados na Justiça do Trabalho pela passagem frustrante em 2012. Na ocasião, o jogador assinou um contrato de produtividade, e quando deixou o clube a ex-presidente Patricia Amorim assinou uma confissão de dívida cível.
Após a ação, o clube alegou que a natureza era trabalhista, o que vai retardar o julgamento do processo. Caso houvesse alguma conversa avançada para o retorno, o tema voltaria à mesa.
Entre os membros da diretoria contrários ao retorno, as juras de amor do Imperador diante da ação soam mal. E a própria passagem em 2012 ainda tem reflexos negativos. A diretoria que assumiu em 2013 e se mantém até hoje se vangloria por ter implementado um ambiente de disciplina no futebol, mesmo com alguns episódios nas temporadas recentes, caso do Bonde da Stella, grupo de jogadores punidos por festas bom bebidas em dia de folga. O trauma é grande.
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