As semelhanças com o ano de 1995 duraram até o último jogo da temporada. Elenco milionário, cobrança intensa por um título de expressão e uma fatídica derrota para o Independiente numa decisão. O empate em 1 a 1 no Maracanã sacramentou a perda de mais uma taça para o Flamengo e decretou 2017 como um ano de decepções para os rubro-negros. Os gritos de “time sem vergonha”, de parte da arquibancada, resumem a frustração da torcida.
— É triste. Acho que a gente entende a frustração da torcida. É a mesma que a nossa. Tentamos de todas as formas — lamentou Juan.
As vaias, na verdade, são mais direcionadas ao ano como um todo do que à atuação de ontem. Não se pode dizer que não houve entrega. Seja com César, que sofreu um leve desmaio mas decidiu permanecer em campo; seja com Réver, que levou oito pontos na cabeça e, em determinado momento da partida, jogou a touca de proteção fora para poder cabecear melhor. Os rubro-negros entraram em campo com vontade de ser campeões.
O problema não estava na falta. Mas sim no excesso. De afobação e de ansiedade. Os jogadores abusaram das escolhas erradas e, muitas vezes, escolheram a jogada individual quando deveriam ter priorizado o coletivo. O Flamengo teve, pelo menos, três grandes chances desperdiçadas. Na melhor delas, Everton ficou cara a cara com Campaña e chutou nas mãos do goleiro.
O gol, não à toa, saiu numa jogada que passou por quatro rubro-negros. Aos 29m, Diego cobrou falta, Juan ajeitou, Réver cruzou e Paquetá aproveitou falha da defesa para concluir. Só que, dez minutos depois, o jovem Barco converteu como um experiente o pênalti cometido por Cuéllar e deixou tudo igual.
Para piorar a situação, desta vez a entrada de Vinícius Júnior não surtiu efeito. O Flamengo até fez um abafa no fim. E Réver chutou para fora quando o gol estava praticamente vazio. O gol que poderia manter vivo o sonho do título não veio. Ficaram as decepções.
Share this content: