Há apenas alguns dias o FlaBasquete começou oficialmente sua pré-temporada de treinos, um dos trabalhos mais importantes para o sucesso de uma equipe vencedora. Planejamento, integração e muitas avaliações são feitas ao longo de todo esse processo para que o elenco capitaneado por Marcelinho Machado se torne por tantas vezes campeão nacional, das américas e do mundo. São jogadores com suas mais diversas especificidades treinando em um mesmo ambiente para atingir o objetivo principal de cada competição: a taça de campeão. Indo para sua quinta temporada com o Flabasquete, Diego Falcão, preparador físico do basquete rubro-negro e da seleção brasileira, bateu um papo com o Site Oficial do Flamengo sobre seu trabalho realizado no Mais Querido.
O FlaBasquete começou a pré-temporada com o elenco completo há pouco tempo. Como tem sido o planejamento de preparação física para esse início?
Esse é o nosso quinto ano no Flamengo e estamos indo para o quarto planejamento diferente, esse totalmente diferente de todos os outros porque temos um Campeonato Estadual mais forte, e nós sabemos da nossa responsabilidade de ganhar.
Sabemos que o objetivo é ganhar o carioca, a Liga das Américas e o NBB, mas não precisamos ser campeão invicto, agora é focar na nossa preparação.
Estamos com dez dias de treino, no início da pré-temporada e já temos dois torneios preparatórios, não vamos estar nem próximos do nosso 100% e as equipes que estão aqui já se encontram no nível de treino muito mais alto, a equipe da Argentina já está terminando a pré-temporada, a equipe da Espanha já terminou tudo e isso caracteriza a diferença do momento.
Por mais que a gente “atropele” alguns jogos do Carioca e do NBB, vamos estar sempre alinhados onde nós queremos estar bem, como realizamos todos os anos, foco no objetivo principal, mas adaptando as estratégias no final dos campeonatos.
Esse ano uma dessas necessidades é o campeonato carioca mais competitivo, temos que estar prontos um pouco antes, até mesmo pela dificuldade do estadual.
A comissão técnica sabe disso, o Neto sabe disso, então sabemos que em alguns jogos estaremos mais cansados ou doloridos do que outros, porque estamos em pleno início de temporada e com alguns jogos muito duros.
Esse ano nós temos o Marquinhos engatando uma sequência de trabalho muito grande ao emendar NBB com Olimpíada, férias de outros atletas por um período maior e jogadores iniciando a temporada voltando de lesão. Como é esse planejamento com necessidades específicas tão diferentes?
Na verdade esse é o grande segredo da preparação física nos esportes coletivos. São várias respostas biológicas diferentes, no mesmo momento.
Marquinhos teve três semanas de descanso, então já deu pra ele recuperar um pouco. Os outros, como: Marcelinho, JP e Olivinha, tiveram um pouco mais de tempo de férias. Alguns precisavam disso. Olivinha, por exemplo, ano passado não parou. Foi bom pra ele esse descanso. uma pessoa geneticamente diferente, o Fischer vem se recuperando bem… O grande objetivo é unir todas essas pessoas, que estejam no momento certo e bem, temos que estar conscientes e respeitar algumas fases para ter sucesso.
É o que temos conseguindo fazer nos quatro últimos anos.
Nos principais campeonatos, nos principais torneios, nos principais objetivos, estamos sempre com o time completo, sem nenhum jogador machucado, com time fisicamente e taticamente preparado para buscar o título, esse trabalho não só da preparação física mas da comissão técnica toda.
Você acha que a temporada passada, onde tivemos apenas uma lesão não muito grave do Olivinha e nenhum outro atleta, pode ser considerada uma referência para esse ano?
Percentualmente, em comparação com todos os artigos científicos e ao dia a dia de outras equipes de alto nível, tem um nível de lesão muito baixo, nosso sucesso acontece pelo que eu falei anteriormente trabalho interdisciplinar é claro com a ajuda de todos atletas que executam tudo que programamos com toda confiança. Não sei se podemos dizer que ela tenha sido a melhor, mas chamou atenção porque não tivemos nenhuma lesão grave. No primeiro ano tivemos o Marcelo com ligamento cruzado, mas nenhuma outra importante. No segundo ano tivemos (Vitor) Benite, depois tivemos alguma outra lesão grave, mas não me recordo agora. Ano passado a gente tinha como objetivo fazer uma pré-temporada mais longa, começar mais devagar, respeitando o dia de todo mundo, numa fase progressiva de treino até iniciar a Liga das Américas e depois continuar o NBB.
Especificamente no caso do Ricardo Fischer, que está começando a temporada recuperando de lesão, como funciona seu trabalho?
Na verdade eu e Rafael Bernardelli nos alternamos, enquanto um está com o grupo, o outro está fazendo um treino individual.
Com Fischer não preocupamos, fez uma cirurgia muito bem feita e sua recuperação quase completa em São Paulo, agora estamos agora no final de sua recuperação, fazendo a Fisio e treinos à parte e com o grupo agora precisamos de paciência, queremos que ele esteja pronto para NBB e Liga das Américas, com ritmo de jogo e segurança.
Como você enxerga o trabalho da comissão técnica do Flamengo?
Acho que é importantíssimo falar do trabalho da nossa comissão, do nosso planejamento e nosso respeito mútuo, sabemos que quando começa a temporada não vamos estar bem, não temos uma visão aguda, para hoje, temos uma visão ampla de um ano completo. Isso é uma parte da preparação física que organizamos, e esse planejamento Neto acata totalmente, esse é um grande diferencial dele, respeitar todos profissionais e suas respetivas funções. Claro que queremos ganhar todas as partidas, mas sabemos que fisiologicamente isso é impossível, não temos como estar bem sempre.
O sucesso do Flamengo é o grupo de trabalho, o respeito e com todos trabalhando para um objetivo planejado.
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