Mesmo apostando em viagens curtas para não desgastar seu elenco, o Flamengo quer voltar a jogar no Rio de Janeiro ainda em 2016, seja no Maracanã ou não – em parceria com o Fluminense, tenta acordo para que o Fla-Flu de 12 de outubro seja disputado lá. Outra alternativa é a arena de rúgbi do Complexo Esportivo de Deodoro, cuja capacidade máxima é de 15 mil pessoas. Em evento realizado no Rio Media Center, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, confirmou a procura rubro-negra para explorar o local.
– O Flamengo manifestou oficialmente ao Ministério do Esporte a intenção de assumir a arena do rúgbi para mandar jogos ainda este ano e no ano que vem. Lá é uma área do Exército, portanto ele também participa dessa discussão. Caso isso chegue a um bom termo, me parece ser uma boa ideia para manutenção do equipamento, permitindo que o rúgbi possa também usar. Isso está muito mais nas mãos do Exército do que do Ministério – disse Picciani.
Diretor geral do Flamengo, Fred Luz confirmou tal intenção e afirmou que são necessárias alterações na estrutura da arena para utilizá-la no futebol. Além disso, destacou que o desejo rubro-negro é ter o local como opção para 2016, mais precisamente já para outubro.
– A gente já teve algumas reuniões com o Ministério do Esporte sim, mas depende também de um acordo com o Exército, porque o espaço ali é do Exército. O Ministério do Esporte deseja colocar aquele espaço como legado da Olimpíada, e o Flamengo faria um convênio para utilizá-lo. Para o Fla poder usar, e o rúgbi continuar usando o estádio, seriam necessárias algumas adaptações. A gente está trabalhando para tentar utilizar nesse ano, sim. Na hipótese de não ter nenhuma opção no Rio, seria uma alternativa. Poderia ser usado para um jogo de Sul-Americana eventualmente. Não está acertado, mas a gente acha que existe a possibilidade, sim – explicou Fred.
Vale a pena apostar em Deodoro?
Para saber se a alternativa buscada pelo Flamengo é interessante, a reportagem conversou com jornalistas do GloboEsporte.com que estiveram no Complexo Esportivo de Deodoro. Em pauta, questões como acesso, conforto e estrutura.
O repórter Richard Souza foi na última sexta-feira à arena de rúgbi para assistir à decisão do Futebol de 7, entre Ucrânia e Irã. Como torcedor, Richard elogiou o acesso ao local e o gramado, mas mencionou duas adaptações que considera indispensáveis: a colocação de catracas e a substituição de alambrados no lugar das grades.
– Escolhi o BRT como meio de transporte e não me arrependi. Saí da estação Morro do Outeiro, em frente ao Parque Olímpico, e segui viagem até a estação Vila Militar. O trajeto não durou mais de 40 minutos, e conseguimos chegar com alguns minutos de antecedência. Em dia de final olímpica, o palco estava cheio. Muita gente demorou a entrar e a se acomodar, mas muitos por opção, já que optaram por comprar bebida e comida antes de a bola rolar. Fiquei imaginando como seria o acesso num jogo de futebol, pois não há catracas e a entrada se deu por uma única entrada. Isso teria de ser alterado. No futebol de 7, as dimensões no campo também são menores, mas creio que seja possível aumentar o tamanho do campo. O gramado me pareceu em boas condições, apesar da distância. No lugar de alambrados, grades separam a torcida do campo. E o limite poderia ser facilmente ultrapassado por torcedores, até porque estamos falando de um outro tipo de público no futebol. De forma geral, o estádio é confortável, mas precisa passar por adequações para abrigar o futebol profissional. O número de lanchonetes e banheiros também poderia ser maior, imaginando jogos com casa cheia.
Presente no complexo para cobrir eventos de tiro esportivo e do hóquei sobre a grama, o repórter Marcelo Barone atentou ao fato de não haver cobertura, o que, segundo ele, deixa os torcedores expostos a eventuais chuvas ou a um forte sol. Em contrapartida, concordou que trata-se de um local confortável e exaltou a estrutura oferecida à imprensa.
– Com chuva, era complicado trabalhar na arena, porque era aberta, molhava tudo. Eu tinha um plástico duro pra proteger o laptop, mas as pessoas ficam à mercê do clima que estiver fazendo no dia. Com sol ou chuva, ficava desprotegido. Não sei se tem solução, mas é importante dizer isso. A sala de imprensa era boa, a zona mista também, mas o calcanhar de Aquiles, na minha opinião, foi a comida. As opções eram escassas. Mas o campo é bonito, a arquibancada estava limpa, e a estrutura me pareceu organizada e confortável – completou.
Leonardo Velasco, repórter inserido na cobertura de rúgbi, mostrou-se preocupado quanto ao acesso.
– Eu fui de transporte público em um dia só. A estação de trem que era mais perto estava fechada para a chegada, era usada apenas para a volta. Então ir de trem era muito ruim porque andava muito. Mas não acho que vai ser assim com o futebol. Depois, usávamos o transporte oficial, e aí era muito tranquilo, mas essa não vai ser a realidade que o torcedor vai encontrar.
A melhor maneira de acesso é por BRT ou trem*
Da Zona Sul: Integração do metrô com trem na estação Central até estação Vila Militar
Da Zona Norte: Trem na estação Central até estação Vila Militar
Da Barra: BRT Vila Militar- Terminal Paralímpico (Recreio) até estação BRT Vila Militar
Da Zona Oeste: Trem na estação Central até estação Vila Militar
Aeroporto Santos Dumont: VLT até a estação de metrô Cinelândia. Integração com metrô até estação Central do Brasil e integração com trem até a estação Vila Militar
Rodoviária: Linha Troncal 4 (São Conrado- Rodoviária) até estação Central do Brasil e integração com trem até estação Vila Militar
Aeroporto Internacional: BRT Transcarioca até a estação Madureira-Manaceia e integração com trem até estação Vila Militar
*Informações retiradas do site www.cidadeolimpica.rio
Share this content: