O
cheirinho fez longa viagem, desceu a Cordilheira dos Andes e foi sentido em
Santiago. Quem garante é um chileno torcedor do Colo Colo, mas também carioca e
rubro-negro de coração: “El Pistolero” Gonzalo Fierro. De volta à equipe que o
revelou, aos 33 anos, Fierro participou do grupo campeão brasileiro pelo
Flamengo em 2009, o último título da competição dos cariocas. De longe, ele
também sonha com o hepta.
Fierro
não esqueceu dos dias de Maracanã e Rio de Janeiro. Seu filho Benjamin virou
mais um torcedor do Flamengo espalhado pelo mundo e vai com ele para o estádio
Monumental gritar a música que não sai da sua cabeça:
–
“Vamos, Flamengo, vamos ser campeões”. É o que me lembro sempre – contou Fierro
em entrevista ao GloboEsporte.com.
GloboEsporte.com: Que lembranças você guarda do Flamengo?
Gonzalo Fierro: Fiquei muito feliz de saber que o Flamengo estaria no
Chile para enfrentar o Palestino. Ainda mais por ser no campo do Colo Colo.
Flamengo foi um time muito importante na minha vida, na minha carreira. Viver no Rio de Janeiro também
foi especial. É uma cidade maravilhosa, que minha família gostou muito. Queria
muito continuar no Flamengo (atuou entre 2008 e 2012), mas às vezes o jogador
precisa jogar mais. Tinha minha cabeça na seleção do Chile e isso foi
determinante.
Aquele
time de 2009, campeão brasileiro, foi a melhor equipe que defendeu?
Sem dúvida. Aquele time foi muito importante para
cada um de nós. Fomos campeões brasileiros depois de muitos anos sem ser
campeão, com uma gerações que não viram o Flamengo ser campeão brasileiro.
Ainda hoje falo com David Braz (hoje no Santos), Maldonado, que jogamos juntos
no Colo Colo, e outros que mantive o contato.
Muita gente acha que as coisas conspiraram
naquele ano. O Petkovic voltou de longo tempo inativo e arrebentou, Andrade
assumiu e deu certo, Adriano reapareceu em boa forma… Ainda havia casos de
indisciplina. Tudo deu certo?
A gente era muito profissional. O que o jogador faz
na vida privada pertence a ele. O jogador pode fazer muita coisa. Quando tinha
que treinar, treinava, ia para concentração, fazia tudo possível para que o
time jogasse bem. Tivemos arrancada muito importante e com Andrade tomamos rumo
grande para ser campeão.
O que lembra do Maracanã, da torcida do Flamengo?
É uma torcida sensacional, que cobra muito, mas
que é muito grande. Aqui no Chile também é assim, no Colo Colo. Mas o jogador
gosta de pressão de time grande, é algo importante para a carreira. Lembro que
cantavam “vamos ser campeões, vamos, Flamengo”. Uma torcida que canta 90 minutos
de jogo, quando o time ganha, canta mais ainda.
Acha que o Flamengo vai ser campeão brasileiro de
novo?
Estou assistindo aos jogos, vendo os jornais, o
Flamengo vem jogando muito bem, acho que tem tudo para ganhar o Brasileiro.
Mudaram muitos os jogadores da minha época, mas acompanhou sempre. Meu filho
Benjamin, hoje com nove anos, é flamenguista doente. Ele vai ao jogo comigo.
Ele ainda tem a camisa do Flamengo que dei para ele.
Qual maior perigo do Palestino?
É um time muito jovem, de jogadores que não passam
muito de 25, 26 anos de idade. São muito rápidos. Não vai ter muita torcida, mas
vai ser complicado para o Flamengo. Palestino classificou bem em campeonatos
recentes.
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