O plano do Flamengo era poupar alguns titulares e dar ritmo de jogo a quem não vinha atuando no Brasileiro. E quem acabou como herói da vitória sobre o Palestino, na primeira partida das oitavas de final da Copa Sul-Americana, foi o que menos jogou com Zé Ricardo. Emerson Sheik, carta fora do baralho até então, ressurgiu para fazer 1 a 0 em Santiago e encaminhar a classificação às quartas de final, com direito a desabafo.
— Três meses sem jogar, entendendo a posição do Zé, porque o grupo é qualificado. Mas eu continuei, quietinho, trabalhando, com apoio da família, das pessoas que acreditam em mim. Fiz nada, só foi um gol, mas para mim tem valor especial — declarou Sheik, que confessou estar acima do peso e ter perdido sete quilos.
— Me dediquei para viver um momento especial. Foi fogo ver todo mundo trocando de roupa para viajar, e eu no Ninho com a molecada treinando sozinho, para um cara que tem meu histórico. Sabia que o Zé acreditava. Estou aqui. E vou continuar trabalhando — acrescentou.
— Cheguei aqui em 2009, foi a volta para o Brasil, meu time do coração. As pessoas devem imaginar como é minha situação financeira… tenho quase 40 anos… já consegui fazer um pezinho de meia… estou porque amo o que faço… E no amor enorme que sinto por esse clube — disse em seguida.
O Flamengo venceu com autoridade, mas teve no goleiro Alex Muralha um de seus principais destaques. No ataque, Fernandinho colocou uma bola na trave no primeiro tempo e Guerrero uma no segundo. O time foi armado de forma diferente, com Cuéllar na ponta direita, mas no segundo tempo Zé Ricardo arrumou a casa.
O treinador aceitou sugestão de Alan Patrick, que estava isolado e jogando mal. O meia pediu para o time abrir com ele na esquerda e Fernandinho na direita, e assim foi feito. Só que Fernandinho cansou e deu lugar a Cirino. Mal, Mancuello também saiu, e Sheik entrou no fim, para garantir a vitória.
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