Para Ceará x Flamengo, a diretoria do Vovô informou no plano de ação que venderia 14.850 ingressos para os visitantes. No dia 19 de agosto, na segunda-feira da semana do jogo, o próprio clube anunciou que os ingressos para o Flamengo estavam esgotados. No borderô, no entanto, constam somente 12.710 bilhetes vendidos para o Flamengo. A informação de que 15 mil ingressos estavam esgotados foi repassada pela assessoria do Ceará à imprensa no dia 19 de agosto. O GloboEsporte.com noticiou o dado e não foi contestado.
– A gente resolveu não vender tudo. O clube colocou no plano de ação do jogo que poderíamos vender até 14.850, mas paramos a venda em 12 mil porque tinham cadeiras quebradas. Quem colocou a informação no grupo da imprensa não colocou correto. Na parte inferior sul, tem capacidade de cinco mil, a gente colocou três mil. Tem cadeiras quebradas, queríamos o conforto. Não anunciamos que foram vendidos 15 mil (fora do grupo da imprensa). Foram 12 mil ingressos para flamenguistas, 17 mil para torcedores do Ceará, 17 mil para sócios-torcedores do Ceará e quase três mil cortesias – alega o diretor financeiro do clube, João Paulo.
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📸: Alexandre Vidal/CRF pic.twitter.com/UYYcaKjUKW
50.000: carga total de ingressos segundo o plano de ação
49.986: público total, segundo o borderô
1000: público não pagante
48.986: público pagante
O mesmo plano de ação mostra que 35.150 ingressos seriam destinados para torcedores do Ceará. No borderô, constam 37.290. Com essa mudança, a receita a menos dos ingressos previstos para torcida flamenguista gira em torno de R$ 200 mil, com base ticket médio do ingresso visitante de R$ 90 (Cadeira Superior Sul: R$ 120 e R$ 60).
– O clube que decide quantos ingressos serão vendidos. Não foram vendidos os 15 mil ingressos. A gente julgou que já iria ficar superlotado e não queria que acontecesse uma falta de acomodação para o torcedor e a gente teria problemas. A gente parou na quantidade apresentada no borderô. Não queria superlotar o estádio para não ter problema – explicou João Paulo, diretor financeiro do Ceará.
No entanto, foram registrados 16.492 sócios no estádio, o maior número do Ceará até agora. Mesmo com a mudança de números de ingressos, não houve uma redistribuição do setor. Faltaram 14 pessoas para chegar ao número máximo permitido, de 50 mil.
– Não vendemos a quantidade total do setor (do Flamengo) porque deixamos uma margem de segurança para que não houvesse superlotação no setor. Reduzimos a quantidade de venda de outros setores exatamente para também abrigar a quantidade de sócios, que teve muita adesão na véspera da partida, não vendemos a quantidade total do setor. E quando anunciamos ingressos esgotados esperávamos corrida muito grande dos sócios – afirma o vice-presidente do Ceará, Raimundo Pinheiro.
De fato, na quinta-feira (22), 170 pessoas realizaram adesão aos diversos planos de sócio-torcedor do Ceará, quando o jogador Thiago Galhardo esteve em um shopping da cidade. O diretor de marketing do Ceará, Lavor Neto, chegou a comentar o sucesso que o stand vem tendo desde que iniciou seu funcionamento e como a ida de Thiago Galhardo impactou os resultados que ele vem apresentando.
– A ativação no shopping faz parte de uma visão do clube de estar mais próximo da sua torcida. E cada vez mais enfatizar que somos do time do povo. Uma dessas estratégias é levar ao povo os nossos atletas – afirmou.
Quem regula os borderôs?
Os borderôs são feitos pelos próprios clubes. Apenas a Federação Cearense de Futebol (FCF) tem a responsabilidade de receber, checar e repassar para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que disponibiliza no site. Do valor total arrecadado nas partidas, a Federação recebe 8%, o Governo do Estado 13%, e o INSS, 5%.
O Ministério Público comenta que só checa o borderô dias após a partida.
– Se for observar, tem uma recomendação nossa que o estádio reponha 9 mil cadeiras quebradas. Não venda mais ingressos do que é permitido. A questão de superlotação preocupa muito o Ministério Público. A gente Já melhorou muito a questão do entorno – afirma o promotor Edvando França.
– Sobre medidas de acompanhamento, nosso referencial é o borderô. A gente não tem como na hora, lá dentro do estádio, saber. Só sabemos disso com os números pós-jogo. Quando faz o balanço geral. Agora a gente tira fotos, registra pessoas em pé, os espaços que estão visualmente vagos. Tudo pra fazer um batimento com as informações que vão trazer para gente – completa.
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