Não é de hoje que a imprensa caça cliques usando o clube para ganhar motivo de sua existência. É um tal de “Rafinha é do mesmo nível que Pará e Rodinei”, “Arrascaeta não consegue justificar o investimento”, “Rodriguinho é melhor que Arrascaeta”… Os comentários são infinitos e camuflam o pequeno motivo por trás de cada um. Gera interação. E interação é como aquele ditado: “Falem mal, mas falem de mim” é igual aquele conceito que, se ainda não sabes é bom ter em mente, Like e Dislike é quase a mesma coisa. O vídeo atinge um alto número de pessoas que se importam ao ponto de clicar naquilo.
Olá, coleguinhas de Coluna do Fla. Acho que já ficou bem claro sobre o que vamos conversar hoje, não é? É interessante como a imprensa vem evoluindo (ou não) através dos anos. Por exemplo, já reparou em como não há grande críticas à seleção brasileira? Há uma voz aqui, outra ali. Ficam escondidas sob as muitas exaltações de como o treinador é moderno. Como o treinador montou um time taticamente imprevisível. Como é cheiroso, ao passo que aqueles que realmente fazem o seu trabalho são relegados às posições de gurus do fracasso.
Já teve a curiosidade de observar o que a imprensa falava na véspera do 7×1? Todos sabemos que Mauro Cezar Pereira criticava a seleção por se apequenar atrás da lesão de Neymar e previa um embate entre técnica e força, mas e os outros? Se escondiam atrás do escudo do problema psicológico – nem todos, espero. Será que ainda pensam que o problema era psicológico? Feito esse parêntese, voltemos a falar exclusivamente de Flamengo.
Já reparou em como os pesos são diferentes entre os times do brasileiro? Qual seria a repercussão caso fosse o Flamengo a ter um jogo adiado às vésperas de um confronto importante em detrimento do próprio adversário? Entendemos a justificativa, mas quantas vezes um time não jogou no sábado depois de jogar na quarta ou na terça depois de jogar domingo? Nem um pio da imprensa. Silêncio.
Não cabe aqui ficar elencando o número de vezes em que o Rubro-negro é vilipendiado em função de outros, seja esportivamente com direito a VAR e tudo, seja nas tais mesas redondas que existem na televisão.
Neste interim, uma série de mesas surgiram na internet. Há comentaristas de todos os tipos que falam sem “apologia” do futebol brasileiro e dos clubes especificamente. A televisão vai perdendo cada vez mais o seu espaço. De sua casa, Simon, Chicca, Mari e cia., conseguem gerar uma mesa muito divertida, com conteúdo, voltada para rubro-negros e com o máximo de isenção que podemos encontrar por aí, mesmo criticando o time. E os programas esportivos vão perdendo cada vez mais espaço para as novas mídias.
Encontraram com um muro de difícil transposição. Fazer jornalismo isento nem é tão difícil. Analisa os fatos. Comenta sem parcialidade. Talvez se colocar no lugar dos outros a quem tal situação pode incomodar. Ou se faz um programa para alguns, ou se faz para todos. Ao mesmo tempo, não dá! Desta forma ou os programas esportivos vão encontrar seu ocaso ou vão começar a se reinventar. Amanhã será tarde!
Anderson Alves, O otimista.
Fonte: https://colunadofla.com/2019/08/anderson-alves-a-imprensa-brasileira-vai-ter-que-mudar/
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