Cuéllar queria sair do Flamengo. E foi assim que o clube contratou boa parte de seus reforços

Da mesma forma que contratou Bruno Henrique, Arrascaeta e Gerson, o Flamengo perdeu Cuéllar. Com uma proposta mais vantajosa financeiramente e com salário relativamente baixo no clube, o volante foi negociado ontem para o Al-Hilal, da Arábia Saudita, que chegou um acordo com o rubro-negro para a liberação do jogador mediante o pagamento de 7,5 milhõs de euros (cerca de R$ 34 milhões).

O valor era considerado abaixo do ideal pela diretoria, que bateu o pé e não queria ceder aos desejos do atleta, especialmente no meio da temporada. Mas pela primeira vez no ano o clube experimentou a sensação de perder um atleta considerado titular sem reposição. A saída se deu pela vontade de Cuéllar, assim como na chegada de alguns reforços em contrato.

Além de Bruno Henrique, Arrascaeta e Gerson, que possuiam contrato vigenge com seus clubes e salários menores do que o que recebem por aqui, Rafinha e Filipe Luis tinham propostas melhores mas pesaram o coração rubro-negro. Ao longo da temporada, o Flamengo investiu em nove contratações. E negociou a venda de dois jogadores.

Léo Duarte para o Milan (11 milhões de euros) e Jean Lucas para o Lyon (oito milhões de euros). Todas propostas melhores para o clube. Na venda de Cuéllar, o rubro-negro ficará com pouco mais de 70%, percentual previsto no contrato que o colombiano tinha até 2022. O Deportivo Cali, da Colômbia, tinha 30%.

Depois de ver o Al-Hilal sinalizar a compra de Gabriel, do Corinthians, mais barato, o Flamengo cedeu às pressões de Cuéllar e acelerou as tratativas. O jogador foi ao Ninho do Urubu e em vez de treinar assinou a sua venda, já acertada previamente com o clube árabe, que anunciou a contratação pouco depois, por volta de 17h.

Em nota antes, às 14h11, o Flamengo informou que "reabriu o processo de negociação com o Al Hilal para eventual transferência do atleta Gustavo Cuéllar. A direção o autorizou a viajar e tratar as pendências da negociação", disse o clube. Nenhum dirigente se pronunciou após a venda. Muito menos os que diziam que o atleta não seria liberado. A viagem de Cuéllar acontece hoje e o jogador não enfrenta o Palmeiras amanhã.

A seu favor Cuéllar teve o aval do técnico Jorge Jesus, que sinalizou que não se opunha à negociação. O impasse persistiu nos últimos dias e o Flamengo tratava com cautela o desfecho da novela. A data de 31 de agosto, hoje, era o prazo final para o fechamento da janela de transferências. No país árabe, porém, ontem foi dia santo, portanto havia o temor do lado do jogador que o prazo fosse apertado.

Houve discussões sobre a venda na cúpula do futebol do Flamengo há algumas semanas e as opiniões eram divergentes. Parte da diretoria entendia que o jogador deveria ficar e cumprir o contrato até 2022. Outra ala temia que ele não entregasse o mesmo futebol.

O afastamento de Cuéllar se deu na última sexta-feira, quando ele pediu para não viajar para o duelo com o Ceará. Antes, na quarta-feira, já havia pedido para não enfrentar o Inter. O Flamengo emitiu nota citando que o jogador teve um problema pessoal, mas que a diretoria não concordou com a alegação e o afastou.

A última partida foi a classificação para a semifinal da Libertadores, contra o Internacional. Entre 2016 e 2019, o volante disputou 167 jogos e anotou dois gols . Mesmo sem títulos relevantes, chegou a ser tratado como ídolo, mas sai pelos fundos sem deixar saudade.

Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/cuellar-queria-sair-do-flamengo-foi-assim-que-clube-contratou-boa-parte-de-seus-reforcos-23918014.html

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