A adaptação ao Flamengo e ao Rio de Janeiro são pontos a favor para a permanência do técnico Jorge Jesus. No entanto, como o contrato vai até o meio do ano que vem, justamente quando se inicia a temporada na Europa, a permanência segue incerta no clube e gera preocupação nos dirigentes e na torcida.
A diretoria rubro-negra e o treinador português decidiram só tratar de uma eventual renovação após as competições em disputa terminarem. Como tem prazo para negociar, o Flamengo espera a sinalização de Jesus de que não vai querer ouvir nenhuma proposta de fora. Certo é que ele vai avaliar a permanência.
O Flamengo não tem como ir muito além financeiramente. Na Europa e no mundo árabe os contratos do técnico ficaram entre 5 e 7 milhões de euros por ano nos últimos trabalhos. Mais que o dobro do que recebe no Flamengo. Para o clube chegar a este patamar teria que pagar salários acima de R$ 2 milhões.
A vida de Jesus na cidade do Rio de Janeiro não preocupa. Antes de vir para o Brasil, o técnico foi orientado sobre onde moraria (Barra da Tijuca) e entendeu que não estaria tão vulnerável a episódios de violência. Ao contrário do que a imprensa portuguesa fez parecer.
Mesmo assim, a rotina incessante no Centro de Treinamento inibe problemas do gênero. O treinador e sua comissão técnica exploram pouco outras regiões. Em conversas antes de fechar o contrato, o Flamengo explicou que o Rio havia sediado uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, competição concentrada no bairro onde os portugueses viveriam.
Jorge Jesus também mostra satisfação com o que o Flamengo oferece em termos de estrutura e material humano. Há frustração pela dificuldade em contratar algumas peças, como um centroavante, mas os resultados tem provado que o elenco supriu carências apontadas pelo treinador.
—Já me perguntei isso, se é o melhor time que treinei. Pode não ser a melhor, mas tenho dúvidas — disse Jesus após a vitória sobre o Santos.
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