De Gérson para Gerson: ‘Canhotinha’ rasga elogios ao meia do Flamengo e o quer na seleção

O Flamengo entra no Maracanã escalado com Gerson, um meio-campista canhoto, que veste a camisa 8 e destaca-se pela categoria e mobilidade. Poderia ser o campeão da Copa de 70, que jogou no clube entre 1959 e 1963. Mas estamos falando do titular da atual equipe de Jorge Jesus, que já caiu nas graças da torcida. As comparações entre os dois, por conta das coincidências que vão além do nome, ganharam vulto entre os rubro-negros e têm o respaldo do próprio Canhotinha de Ouro. Aos 78 anos, o ex-jogador e atual comentarista enxerga muitas semelhanças entre eles e rasga elogios ao jovem de 22.

— Gerson é um jogador inteligente, lembra o meu estilo. Eu, quando jogador, não corria tanto, porque só correr não é jogar. Você tem que fazer a bola correr por você. É o que ele tenta fazer no meio-campo do Flamengo. É rápido, sabe lançar bem a bola, trabalha bem na intermediária, faz tabela, chuta no gol… Coisa que precisa fazer bem — analisa o Gérson “pioneiro”.

Morador de Niterói, no Rio, o Canhotinha pendurou as chuteiras em 1974 e agora comenta futebol em rádios e redes sociais. Com a experiência de quem defendeu a seleção durante oito anos, Gérson faz uma previsão sobre o xará rubro-negro: ele logo vai vestir camisa verde e amarela. O ex-jogador pede sua convocação já nesta sexta-feira e afirma que Tite estará cometendo um erro se não o chamar.

— A movimentação dele cabe perfeitamente na seleção. Acredito que será titular em pouquíssimo tempo. Tem inteligência de sobra para melhorar o meio-campo do Tite, que foi muito mal nesses últimos amistosos — afirma ele, dando um conselho: — O futuro do Gerson já é muito bom. É só não se envolver em polêmica”.

Tricolor assumido, o Canhotinha só lamenta que o jovem meia revelado pelo Fluminense não tenha voltado da temporada na Europa para ajudar seu time do coração este ano.

— Ele tinha que ter vindo direto, agora não tem mais jeito — resigna-se.

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Campeonato Brasileiro 2019 – 19ª RODADA Foto: MARCELO THEOBALD / Agência O Globo

Confira respostas de Gerson, o ‘Canhotinha’:

Contato com o pai de Gerson: "Eu já conversei com o pai do Gerson uma vez, mostrou ser um cara sossegado, educado, que não gosta de confusão. Ele tem um certo controle sobre o filho, mas sabe que, dentro de campo, quem faz o jogo é ele. O Gerson tem que ser olhar para o futuro e fazer aquilo que se propõe, porque o futuro dele já é muito bom. É só não se envolver em polêmica"

Comparação entre Gerson e Paquetá: "Os dois são excepcionais jogadores, mas um é ponto de lança e o outro é armador. Quando o Gerson entrou de ponta de lança, mais na frente, não foi o mesmo. Se você colocar o Paquetá de armador, não vai ser a mesma coisa. Na seleção, esses jogos contra Colômbia e Peru, o Tite colocou o Bruno Henrique de centroavante. Não tem nada a ver"

Passagem de Gerson pelo Fluminense: "O Gerson é um jogador já jogava muito bem aqui quando garoto, mas foi para a Europa e cresceu muito. Ganhou um tipo de movimentação que se tem só na Europa, onde o jogo é de forma diferente. Valeu pelo aprendizado, mesmo que ele não tenha jogado o que deveria por lá"

Adaptação ao Flamengo: "No Flamengo, ele voltou para um time já armado, fácil de jogar. Ele tem Diego, Everton Ribeiro, Arão, Arrascaeta… todos sabem jogar ali pelo meio. Outro detalhe é o Jorge Jesus, um treinador que tem tentado colocar ideias europeias dentro do futebol brasileiro. Isso tudo, com mais experiência, fez ele se encaixar bem"

Retorno ao Brasil: "Você trocar de um Estado para outro, tem influência. De um país para outro, mais ainda. Se ele estivesse em um Flamengo todo quebrado, seria diferente, claro. Ele entrou em um Flamengo certo, com jogadores muito bons. É o melhor time do Brasil hoje. Se vai ganhar ou não, é outra discussão. Mas poucos times tem as peças de qualidade que o Flamengo têm"

Trabalho de Jorge Jesus: "Você sente o trabalho do Jorge Jesus nesse time. Ele traz a mentalidade europeia. Tem coisas que a torcida acha um absurdo, mas está dentro do esquema dele. Por exemplo, deixar o Everton Ribeiro no banco para colocar o Berrío. Tem nada a ver uma coisa com a outra, mas está dentro do que ele treinou. Está dentro do que ele viu no adversário. Isso é muito difícil para o torcedor brasileiro aceitar"

Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/de-gerson-para-gerson-canhotinha-rasga-elogios-ao-meia-do-flamengo-o-quer-na-selecao-23954570.html

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