Consulado do Flamengo na França terá primeiro encontro
Por: Ana Beatriz Zayat
O amor pelo Flamengo ultrapassa qualquer distância – seja ela de idade, de gênero, de religião ou geográfica mesmo. A paixão pelo Rubro-Negro é um sentimento inexplicável, acessível apenas a quem sente. E esta emoção une. Além de todos os setores visitantes que a Nação lota – de norte a sul do Brasil -, é possível ver a demonstração da Maior Torcida do Mundo também nos consulados e embaixadas rubro-negros. Nesta quarta-feira (2), em um dos dias mais importantes dos últimos 35 anos do clube, um novo grupo de torcedores entra para esta família oficialmente: a Fla-Paris, recentemente diplomada como Consulado oficial da Nação, fará seu primeiro encontro na capital francesa para assistir à semifinal da Libertadores, contra o Grêmio.
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Cidel Cavalcante, fundador do grupo, conta a história. A ideia partiu quase que sem querer depois que ele se mudou para Paris, há cerca de um ano e dois meses.
– Conversando com amigos meus do Brasil, criamos um grupo no whatsapp falar sobre Flamengo. Um amigo de longa data, chamado Ivan, comentou: “cara, por que você não faz o Consulado aí? Não tem nenhum em Paris”. Eu nunca tinha pensado nisso, sinceramente, e daí através desse primeiro ‘start’ dele comecei a conversar. Ele buscou os links de como proceder e comecei a angariar, postando nas mídias sociais e procurando interessados –, lembra.
Com a Maior Torcida do Mundo ao seu lado, outros membros naturalmente apareceram. O Flamengo exige que, para que um Consulado seja oficializado, ao menos cinco sócios-torcedores sejam listados como fundadores. E Cidel conseguiu fechar a lista – com apoio até de um amigo francês, que precisou “se virar nos 30” para se associar ao Mais Querido.
– Fiz o contato com o Felipe Xavier, que por coincidência é irmão de um amigo meu de trabalho do Rio de Janeiro. Dali começou, a gente foi conversando, fechou nós dois, vamos procurar… e então apareceram mais algumas pessoas com ajuda do Ivan pelo twitter, pelo instagram e nos grupos do Facebook… juntei uma galera, fizemos um grupo no whatsapp, mandamos os dados e fomos agraciados com aval do Flamengo de poder representar o clube. É um orgulho pra gente! Essa união entre eu, Felipe, o Baldez, o Marcelinho, que é um francês apaixonado pelo Brasil… ele conseguiu gerar um CPF pra poder se cadastrar, virar sócio-torcedor e botar o nome dele como fundador -, diz.
O grupo ganhou forma, mas precisava ainda superar uma barreira: a do fuso horário. A França chega a ficar cinco horas na frente do Brasil, o que dificulta principalmente nos jogos de meio de semana, que acontecem na madrugada francesa. A “estreia” vai vir nesta quarta-feira. A busca por um local que permanecesse aberto no meio de semana foi difícil, mas a ajuda veio de um local inesperado: de um consulado de gremistas.
– Estamos agora formando nosso primeiro encontro, que vai sair hoje. Apesar de algumas turbulências – nem todos vão poder ir por que Paris para de noite. Os horários são meio complicados, mas todo mundo que está podendo está fazendo esforço pra ir e torcer em um jogo tão importante como o de hoje. Contamos agora, por incrível que pareça, com a ajuda de um consulado gremista, que abriu as portas do local onde eles vão assistir aos jogos pra nós. Um exemplo de convívio entre torcidas! Acho que futebol é amor, somos adversários mas não somos inimigos -, conta Cidel.
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A mais de 9 mil quilômetros de distância, Cidel e a Fla-Paris são mais uma prova de que a raça, o amor e a paixão do Rubro-Negro formam um sentimento único de orgulho – e que é fácil se aproximar daqueles que compartilham desta emoção.
– A ideia inicial era assistir aos jogos com rubro-negros, a vontade de estar ali torcendo junto, compartilhando, as vezes na madrugada você sozinho tem que ficar engolindo o grito… a ideia nem era fazer uma coisa gigante como outros consulados e embaixadas, mas o tamanho do Flamengo é algo impressionante. O amor pelo Flamengo moveu essas pessoas a se unirem e tentar angariar outros flamenguistas para torcer junto do outro lado do oceano -, declara.
Vale destacar que, além de Cidel, outros rubro-negros fanáticos estiveram envolvidos para a criação e desenvolvimento do projeto, sendo eles: Flora Guedes Bruni, Marcelin Chamoin, Waldez Azevedo Gomes Junior, Hugo Brás e Irene Niskier. E com isso, o grupo de apaixonados peloMais Queridotem ganhado força fora das fronteiras nacionais e ajudado a mostrar que somos mais que uma nação.
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