Gustavo Henrique, Thiago Maia, Pedro Rocha, Thiago, Michael, Pedro, Léo Pereira e a permanência de Gabigol. Apenas nesta janela de transferência, o Flamengo fechou com oito jogadores, sendo Gabigol a transferência mais cara da história do futebol brasileiro. Os valores impressionam, mas o clube passa longe de estar se endividando ou tendo problemas. Pelo contrário: mesmo com tantos reforços, o rubro-negro terminará a janela com um superávit que pode chegar a R$ 20,5 milhões.

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Inicialmente, é preciso olhar para o orçamento projetado para 2020. Com vendas, o rubro-negro tinha estimativa de lucrar R$ 80 milhões com atletas, e a ideia era adquirir R$ 138 milhões em direitos de jogadores. Tendo esses números em mãos, o vice-presidente de futebol Marcos Braz e o diretor de futebol Bruno Spindel executaram a estratégia.

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A maior arma do Flamengo nesta janela foi o empréstimo com opção de compra. Ela se baseia em apostar no tempo para validação técnica antes de fazer a transferência. O jogador é emprestado e, se agradar, será contratado. Isso protege o clube de pagar milhões em atletas de pouco rendimento.

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Foi assim que o rubro-negro contratou Pedro Rocha, Thiago Maia e Pedro. Destes, apenas o centroavante da Fiorentina teve um valor pago pelo empréstimo: cerca 1 milhão de euros (R$ 4,6 milhões). Isso sem falar de Gustavo Henrique, que chegou ao clube de graça após não renovar com o Santos.

Vale destacar outro ponto que ajudará o Flamengo nas finanças. Caso opte pelas contratações após o vínculo, os valores serão pagos em janelas diferentes para evitar uma quantia grande a ser gasta: Pedro Rocha e Pedro têm contrato até o fim de 2020. Já o de Thiago Maia é até junho de 2021.

Os únicos gastos relevantes do Flamengo foram as compras de Gabigol por 17 milhões de euros (R$ 78 milhões), Michael, por 7,5 milhões de euros (R$ 34,5 milhões), Léo Pereira, por 7 milhões de euros (R$ 32 milhões) e Thiago Fernandes, por R$ 7 milhões. A maioria dos pagamentos será feita de forma parcelada de acordo com cada negócio, mas as vendas já abatem os valores brutos.

Apenas a transferência de Reinier somou 30 milhões de euros (R$ 136 milhões) aos cofres do clube, enquanto Matheus Sávio foi comprado por 1,1 milhão de dólares (R$ 4,6 milhões) e Pablo Marí foi emprestado por 8 milhões de euros (R$ 36 milhões — R$ 5 milhões nesta janela, R$ 3 milhões na próxima, mais variáveis) — com opção de compra final do vínculo. Caso dispute certo número de partidas após a compra, as bonificações fariam a venda chegar a 16 milhões de euros. Os valores recebidos também virão de forma parcelada.

Cabe lembrar que estamos contando apenas transferência e valores brutos. O Flamengo ainda lucra bastante com patrocínio, publicidade, bilheteria e sócio-torcedor, o que explica como o clube conseguiu se tornar uma potência financeira e esportiva.