A dupla atuação de Rafinha como jogador e agente repercutiu no Flamengo. Embora tenha tratado com normalidade a participação do lateral-direito na empresa que cuida da carreira de atletas do clube, como Léo Pereira, o vice de futebol Marcos Braz admitiu que analisa o caso. Ele negou conflito de interesses, deu a entender que ainda não o deu por encerrado.
Entenda: No Flamengo, atuação de Rafinha como jogador e empresário levanta debate: há conflito de interesses?
– Conversando com o Bruno (Spindel, diretor executivo) a gente tentou detectar alguma coisa. E não tem absolutamente nada. Acredito que o Rafael, mais para frente, vai falar deste tema. Mas não vejo mesmo o tamanho da ênfase que foi dada nas matérias. Foram dois jogadores. A contratação do Léo Pereira não teve absolutamente nada com o Rafael. Há um ano a gente tentou contratar Léo Pereira e sequer pensou em contratar o Rafael – comentou Braz:
– O que vou fazer é na terça e na quarta-feira apresentar outros jogadores. E, se aparecer alguma situação fora do ponto sobre isso, vou de fato falar e emitir uma opinião. Comecei a ler as matérias que saíram e estou analisando internamente. Mas não vejo nenhum desconforto.
Em dezembro passado, a empresa R13 Fussball fechou parceria com o Castanhal Esporte Clube, do Pará, e Rafinha se revelou sócio da empresa que é tocada por Ricardo Scheidt, amigo desde os tempos de divisões de base do Coritiba. No quadro societário da R13, somente Scheidt aparece.
Antes da concretização do negócio do Léo Pereira – a primeira manifestação de interesse do Flamengo no jogador foi ainda em janeiro de 2019, vale destacar – e depois da chegada de Rafinha ao elenco rubro-negro, a R13 Fussball passou a agenciar as carreiras de mais dois jogadores do Flamengo, o lateral-direito Rodinei, ex-concorrente de Rafinha, e o zagueiro Matheus Dantas. Em janeiro, Rodinei se transferiu para o Internacional. Dantas segue no elenco e tem atuado nas partidas pelo Campeonato Estadual, enquanto os jogadores principais seguem na pré-temporada.
– Quando a gente fez a contratação dele, a primeira coisa que peguntei é quem trata dos seus interesses. Ele falou que era o Lincoln. Posterior a isso, todo o processo de contratação do Rafael a gente fez através da empresa do Lincoln, que era ex-jogador de futebol. Pois bem. O atleta veio para o Flamengo e parece que um dos negócios que ele tem é a sociedade de uma empresa que atua no ramo. O Léo Pereira, há um ano que a gente já tinha tentado, analisado a situação dele. E sempre foi com a mesma pessoa. Não teve troca de agente, de empresa, de absolutamente nada – analisa o vice de futebol:
– Eu entendo a matéria. Não sou eu que avalio se é pertinente ou não. Mas não tem nada. Parece que tem dois jogadores que foram para essa empresa: o Dantas e o Rodinei. O Rodinei nem aqui está. E o Dantas… É um menino promissor. Não tem nada sistêmico. Da maneira que apareceu, parece que é sistêmico, que o Rafael vem atuando em algumas situações. Isso não procede.
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