Após quase um ano internado depois de ser agredido na cabeça em uma confusão entre torcedores do Flamengo e Peñarol na orla do Rio de Janeiro, horas antes do confronto entre as equipes pela Libertadores da América, o organizador de excursões capixaba Roberto Vieira de Almeida, de 54 anos, morreu na madrugada desta quarta-feira. A informação foi confirmada por um sobrinho de Roberto.
Trabalhando há mais de 40 anos com excursões para jogos, especialmente do Flamengo e outros clubes cariocas, Roberto e um grupo de torcedores estavam na orla de Copacabana quando uma grande confusão entre membros das duas torcidas ocorreu na tarde do dia 3 de abril do ano passado. O capixaba, que tentava apartar a briga, foi violentamente agredido com uma cadeira na cabeça por um torcedor uruguaio e caiu já desmaiado.
Levado às pressas para o Hospital Miguel Couto, no Rio, Roberto teve constatado um quadro grave de traumatismo craniano e entrou em coma. Por um longo período a condição física dele pouco se alterou. Meses depois, Roberto chegou a acordar, passou a reconhecer alguns familiares e voltou a se alimentar, porém ainda permanecia internado e sem expectativa de alta.
Nas redes sociais, o Flamengo lamentou a morte do torcedor.
O clube repudia qualquer tipo de violência, da qual Roberto foi vítima há cerca de um ano, no Rio de Janeiro, antes da partida contra o Peñarol, pela Taça Libertadores. #CRF
Familiares tentaram transferir Roberto para o ES
Nesses mais de dez meses de internação, familiares se revezaram nas visitas ao capixaba no hospital carioca e tentavam uma transferência dele para Vitória, onde Roberto e também a família residem. Todas as tentativas, contudo, esbarravam na dificuldade de transportar uma pessoa em condição física debilitada, o que demandaria uma UTI móvel, e ainda a necessidade de um leito de UTI garantido em um hospital de Vitória. A família chegou até a procurar por deputados estaduais no intuito de conseguirem a transferência, porém não avançou.
Roberto era muito conhecido principalmente na região do bairro Santa Martha, em Vitória, e por torcedores por trabalhar com excursões para jogos de futebol. Ao longo desses mais de 40 anos, ele realizou centenas de viagens e era tido como uma pessoa tranquila e prestativa.
Familiares informaram que o corpo dele deverá chegar ao Estado nesta quinta-feira para que seja realizado o velório e também o sepultamento. O sobrinho do organizador de excursões informou, ainda, não saber a causa da morte do tio, e que o pai dele e irmão de Roberto, Rubens, já estava a caminho do Rio de Janeiro para realizar os trâmites necessários para a liberação.
Os acusados
Acusados da agressão a Roberto, os três torcedores uruguaios – Dennis Oscar Viega González, Fernando Segundo Carreno Tucce e Gianfranco Steffano Cattapan Flores – detidos na ocasião ainda estão no Brasil. Mas, deixaram a prisão em junho de 2019 e devem permanecer no país até o fim do processo.
Na época, a prisão preventiva dos três foi trocada por medidas cautelares pelo juiz Bruno Monteiro Rulière, do Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos, e foram soltos mediante ao pagamento de fianças.
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