Foi o desfile dos campeões. No primeiro jogo após a conquista da Recopa, o Flamengo sobrou diante da Cabofriense. Mesmo recheado de reservas, os rubro-negros golearam por 4 a 1 e mostraram que, depois de levantar o troféu da Taça Guanabara, também vão brigar pela Taça Rio. E deixaram a torcida ainda mais empolgada para a estreia na Libertadores, quarta, contra o Junior Barranquilla.

Não chega a ser novidade: o desfile rubro-negro contou com Gabigol como destaque principal. O camisa 9 marcou três vezes e assumiu a artilharia do Estadual. De quebra, isolou-se como o maior goleador do Novo Maracanã.

O gol de Michael, logo aos 12 do primeiro tempo, deu a impressão de que o Flamengo de fato desfilaria no Maracanã. Àquela altura, a Cabofriense já havia deixado claro que apostaria nos contra-ataques para tentar supreender a equipe de Jorge Jesus – algo que muitos já tentaram e poucos consseguiram. Só que, embora o time da Região dos Lagos pouco tenha produzido (o gol de empate, aos 21, saiu de um chute de fora da área de Gama), os rubro-negros encontraram muita dificuldade para chegar à meta do adversário. O baile que todos esperavam não ocorreu.

A superioridade técnica dos atuais campeões de quase todos os torneios que disputaram prevaleceu na posse de bola. Mas o fato de ter entrado em campo com apenas dois titulares pesou. A falta de tempo de jogo junto ficou clara na dificuldade com que o time teve para furar a marcação da Cabofriense em alguns momentos.

Esta, no entanto, talvez tenha sido essa a maior importância da partida para os rubro-negros. Com a equipe já garantida na final do Estadual e a quatro dias da estreia na Libertadores, Jesus aproveitou para preservar a maioria dos titulares e dar rodagem a quem vinha tendo poucas oportunidades até aqui. Neste sentido, o maior destaque foi Michael. O reforço vindo do Goiás explorou bem sua velocidade e facilidade para o drible. Não só marcou o primeiro gol como deu o passe para Gabigol desempatar, aos 18 da etapa final, e participou da jogada do segundo do camisa 9, aos 31.

Apesar da boa partida de Michael, o maior brilho da noite foi, mais uma vez, de Gabigol. Além de balançar as redes em duas ocasiões, o centroavante se movimentou bem, recuando quando necessário para municiando os colegas de ataque (foi dele a assistência para o primeiro gol). E voltou a fazer história. Com os dois deste sábado, isolou-se na artilharia do Novo Maracanã. Com 32, deixou Fred (autor de 30 no estádio) para trás. Uma pontaria que se mostra independente de que time esteja em campo. Bom para o Flamengo.