Neste sábado (8), completa-se um ano desde uma das maiores e mais tristes tragédias da história do esporte. 365 dias já se passaram desde aquele lamentável 8 de fevereiro de 2019, quando dez jovens talentos da base rubro-negra perderam suas vidas, vítimas de um incêndio de grandes proporções que atingiu o alojamento do Ninho do Urubu. São 365 dias de luto, dor e lágrimas para familiares que perderam seus entes queridos. 365 dias de reflexão, lições e, principalmente, de pendências e perguntas sem resposta: o inquérito da Polícia Civil se arrasta, as investigações não avançam e ninguém ainda foi responsabilizado pelo incêndio.
O Flamengo enquanto instituição, obviamente, não tem jurisdição/mecanismos para acelerar as investigações e dar respostas aos pais, mães, tios, avós e amigos enlutados. O que o clube poderia fazer para amenizar a dor destas pessoas era agir com humanidade, decência e empatia, tentando, dentro do possível, encurtar os processos e permitir que as famílias saíssem dos ‘holofotes’ o quanto antes. Infelizmente, a agremiação mais popular do nosso futebol optou pelo extremo oposto: a burocracia, o distanciamento, a frieza das disputas judiciais.
A postura taxativa nas intermediações referentes às indenizações, o tratamento ‘gelado’ com os familiares das vítimas – não foram poucos os relatos de pais e mães apontando o descaso no trato por parte da alta cúpula rubro-negra -, e a recente ausência do presidente Rodolfo Landim e vice-presidentes do clube à CPI que apura as responsabilidades do incêndio… Tudo isso escancara o caminho gélido e torpe que a instituição, através de seus mandatários, optou por tomar nestes 365 dias desde a tragédia.
No mesmo ano em que vivenciou suas maiores glórias esportivas, o Flamengo, que nasceu do povo e é do povo, se desumanizou. Felizmente, a atuação institucional não é reproduzida ou aprovada por grande parte das arquibancadas. Entre homenagens e tributos diversos, a torcida rubro-negra tem sido atuante: tanto nas cobranças por uma postura mais emocional do clube, quanto na preservação da memória destes garotos que tiveram suas vidas ceifadas.
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