Não, não errei na digitação, é matemática simples: 2×0 é igual 0. Ter dois volantes que não marcam, não apoiam, não saem para o jogo é o mesmo que não ter. Ou seja, hoje temos volantes que apenas compõe o número de jogadores padrão para entrar em campo, por isso o 4-0-3-1. Foi assim que vencemos o Bahia ontem.
O que ZR anda vendo no treino para escalar Márcio Araújo e Arão eu não sei, porém nos jogos os dois já deixaram claro que não merecem tal oportunidade, e tem sido ponto de desequilíbrio de um time que poderia buscar algo mais.
Ter volantes que saibam defender e sair jogando é mais do que uma necessidade no futebol atual, pois os mesmos são os responsáveis em entregar a bola em condições aos meias para criarem as jogadas, quando o meia tem que vir buscar a bola na zaga, cria-se um buraco no meio e as linhas entre meio e ataque fica espaçadas.
Acho que isso é óbvio para todos nós que amamos futebol, porém não parece para o treinador do Flamengo. Portanto acho que preciso ser mais didático e mostrar exemplos de times vencedores que tinham em seus volantes um ponto de equilíbrio.
O Palmeiras campeão brasileiro de 2016 tinha em Tchê Tchê e Moisés a segurança do meio de campo, com gols e assistências a dupla se tornou imprescindível na campanha e fez parte da seleção do campeonato. Ambos saiam muito bem para o jogo é revezavam no apoio, mesmo sem os dois terem características de destruidores de jogadas, Moisés foi o jogador com mais desarmes e o Palmeiras teve a melhor defesa.
O Corinthians campeão brasileiro em 2015 com Tite, jogava no 4-1-4-1 com Ralf sendo o volante de contenção e Elias fazendo a transição de bola. Ao final do campeonato, Elias foi o eleito para a seleção do campeonato, o Corinthians teve a segunda defesa menos vazada e o segundo melhor ataque, e bateu o recorde de vitórias. Os dois volantes se destacaram no apoio, com gols e assistências.
A seleção brasileira tem em seus pilares a dupla de volantes formada por Casemiro e Paulinho, este último um dos artilheiros da era Tite, e pretendido pelo Barcelona, já o outro, um dos melhores volantes do mundo e autor de um dos gols do Real Madrid na final da Champions League. Ambos se apresentam bem no ataque, não se limitam a destruir jogadas, e quando precisam fazê-lo, fazem bem.
O time merengue por sinal é um benchmarking, com Kross, Modric e Casemiro, o time ganhou praticamente tudo o que disputou com volantes que sabem como poucos jogar com e sem a bola, criando e recompondo, apoiando, finalizando e cobrindo a zaga.
Agora, reparem que os times citados, além de fazer muitos gols, tomaram poucos e se destacaram com bom futebol. As estatísticas apontam que nos times campeões, os volantes sempre são destaques. Veja a seleção do Brasileiro, que de 2011 para cá sempre teve pelo menos um representante do campeão entre a dupla de volantes escolhida: 2011- Corinthians (Ralf e Paulinho), 2012 – Fluminense (Jean), 2013 – Cruzeiro (Nilton). 2014 – Cruzeiro (Lucas silva), 2015 – Corinthians (Elias), 2016 – Palmeiras (Tchê Tchê e Moisés).
Agora, ao olhar para a dupla de volantes do flamengo, preocupa demais. Ou você imagina que Márcio Araújo ou Arão estarão na seleção do campeonato ao fim da temporada com o futebol apresentado?
Com médias pífias de desarmes, falta de futebol convincente, pouca participação no ataque e uma apatia e displicência preocupantes, é mais fácil afirmar que eles vão nos tirar a possibilidade de brigar por algo a mais. Ambos não aparecem nas estatísticas dos melhores em desarmes, roubadas de bola, assistências para finalização, ou seja, atualmente são nulos!
Então, é hora de mudar! Chega de passar por dificuldades. Temos um elenco qualificado! É hora de mudar e buscar algo a mais nesse campeonato. Ainda dá tempo, é só o técnico do Flamengo repensar suas convicções e se curar da sua “Síndrome de Estocolmo”.
Jerônimo Simeão Júnior
#ColunaDoJJ
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Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/06/4-0-3-1-nulidade-dos-volantes-do-flamengo/
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