Acreditem, é possível falar de tática sem parecer arrogante

O avanço da tecnologia nos permite hoje ter acesso aos mais variados tipos de informação, na hora que quisermos, da maneira que quisermos e até na língua que quisermos. Sobre absolutamente tudo.É clichê, mas é verdade.Isso inclui, claro, o futebol.

Não foram poucos os canais criados para expandir ainda mais a paixão em relação ao esporte. Laços são estabelecidos, novos hábitos surgem. Não há mais os limites de determinados horários em determinadas emissoras de televisão. Hoje temos as redes sociais, o Youtube, sites, blogs, podcasts e por aí vai. A lista é grande, assim como a abordagem. Tem quem vá pelo caminho do humor, quem prefira aprofundar a informação de bastidores, quem dê o olhar do torcedor de dentro do estádio (​dá um “oi” pra nós!) e aqueles que se destacam por falar de tática. É sobre este último grupo específico que quero dar um pitaco.

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Como consumidor voraz do futebol e profissional que escreve sobre o assunto quase todos os dias, sempre corro atrás de mais material para me informar e estudar. Entender melhor o jogo é importante para quem quer ir por estas bandas de viver dele ou simplesmente por quem vê nisso um passatempo. No meu caso, os dois lados se misturam. O problema é que tenho notado, com muita preocupação (e alguma indignação), um comportamento cada vez mais comum de quem trata do lado tático do esporte: o pedantismo da linguagem.

Venho de uma outra carreira, um outro ramo, em que se usa constantemente frases em latim apenas para impressionar. É quase uma elitização das palavras de quase nenhum efeito. Aos leigos, soa algo impressionante, inalcançável e pouco entendível. Talvez sirva para inflar o ego de quem fala ou escreve, mas seria muito mais produtivo se o emissor da mensagem também focasse em fazer com que ela fosse bem absorvida por quem a recebe. E o mesmo acontece para quem ultimamente tem abusado do “tatiquês”, às vezes até de forma inconsciente.

Falar sobre esse tema é muito difícil e, via de regra, quem se atreve a isso sofre de algum preconceito (muitos deles da chamada “velha guarda”). Impossível não louvar a busca por trazer novos ares à cobertura do futebol. Mas é preciso achar o meio-termo, a dosagem correta, para que tática não seja considerada uma ciência inacessível ao público.Digo isso inclusive como fã.Termos como “verticalização”, “saída sustentada”, “compensações em caso de quebra”, “terço final”, dentre inúmeros outros, mais confundem do que explicam. É esse o objetivo? Tenho certeza absoluta de que não.

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Não se trata de uma crítica com a intenção de ser pedra. É uma reflexão para que nós, produtores de conteúdo, tenhamos muito cuidado para não afastar quem tanto quer nos ler, nos ver e nos ouvir.Tornar-se ainda mais caricato não vai ajudar.

Um caminho para resolver isso é beber da fonte de nomes com mais experiência e mais conhecimento.Meu principalespelho nesse sentido, que muito me inspira e que é um craque (no sentido literal até)na análise do jogo sem cair na tentação das palavras difíceis, chama-seEduardo Gonçalves de Andrade. Quem é esse?! Simplesmente Tostão. Mais fácil chamá-lo assim, né?

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Fonte: https://www.90min.com/pt-BR/posts/6181046-acreditem-e-possivel-falar-de-tatica-sem-parecer-arrogante?utm_source=RSS

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