Adriano Imperador: a devoção, conquistas e estatísticas como jogador do Flamengo

Adriano Leite Ribeiro de Nascimento, conhecido como Imperador no mundo do futebol ou Didico entre os mais próximos, é uma figura marcante na história do Flamengo. O ex-atacante ganhou destaque especialmente por sua atuação ao lado de Petkovic na memorável campanha que resultou no hexacampeonato do Brasileirão em 2009. A seguir, apresentamos um resumo da trajetória dessa lenda rubro-negra.

Natural da Vila Cruzeiro, uma comunidade no Rio de Janeiro, Adriano ingressou no Flamengo em 1991, aos nove anos de idade. Inicialmente, destacou-se no time de futsal do clube e, em pouco tempo, foi promovido ao futebol de campo. Atuou como lateral esquerdo desde o sub-9 até o final de sua passagem pelas categorias de base.

Em 1999, Carlinhos, o treinador das categorias de base e que “não é o Violino”, percebeu que Adriano não estava em sua posição ideal e decidiu testá-lo no ataque. A mudança foi bem-sucedida. No ano seguinte, o jovem canhoto foi promovido ao time profissional e teve sua primeira oportunidade sob o comando do técnico Carlos Alberto Torres, conhecido como ‘Capita’. O primeiro gol de sua carreira ocorreu na sua segunda partida, contra o São Paulo, no Morumbi, em 6 de fevereiro de 2000.

Apesar de ter disputado poucos jogos pelo time profissional e com apenas 18 anos, Adriano foi convocado para a Seleção Brasileira. Antes de se transferir para a Inter de Milão (ITA), o ex-atacante teve a chance de comemorar o título do Campeonato Carioca de 2001, mesmo sendo reserva, no famoso gol de Petkovic.

Ainda em 2001, o Flamengo negociou Adriano com a Inter de Milão por 5 milhões de dólares mais o jogador Vampeta. Em sua estreia pelo time italiano, o atacante marcou um gol impressionante de falta contra o Real Madrid (ESP). No entanto, não foi logo aproveitado e acabou sendo emprestado para as equipes do Parma (ITA) e Fiorentina (ITA).

Em 2004, Adriano retornou à Internazionale e começou a se consolidar como ídolo do clube, anotando 15 gols em 16 jogos. Foi nesse ano que ganhou o apelido de Imperador. O jogador se destacou nos gramados europeus, competindo pelo título de melhor do mundo, mas sua carreira começou a declinar em 2006, após o falecimento de seu pai. Desde então, a relação de Adriano com o futebol mudou drasticamente.

Na temporada de 2008, Adriano foi emprestado ao São Paulo, mas ao retornar à Itália, notava-se a ausência de seu sorriso. Diante disso, o atacante considerou a possibilidade de se aposentar. Em abril de 2009, ele deixou a Inter sem autorização do clube e, após esse ato de ‘rebeldia’, seu contrato foi encerrado.

Assim, o Flamengo teve liberdade para contratar Adriano sem custos, e a felicidade voltou a reinar. No dia 31 de maio de 2009, ele foi fundamental ao marcar um gol em sua estreia, contribuindo para a vitória de 2 a 1 sobre o Athletico-PR no Maracanã. Nas arquibancadas, os torcedores entoavam: “eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci”, trecho de um famoso funk carioca.

Com gols espetaculares e jogadas de qualidade ao lado de Petkovic, Adriano se destacou no Brasileirão de 2009, tornando-se artilheiro da competição com 19 gols. A dupla foi essencial para a conquista do título brasileiro, que não vinha para a Gávea desde 1992. O hexacampeonato foi conquistado após uma recuperação notável, já que o Mengão ocupava a 14ª posição ao final do primeiro turno, mas conseguiu uma trajetória impressionante, beneficiando-se de tropeços de Palmeiras, São Paulo e Atlético-MG.

Em 2010, Adriano permaneceu no Flamengo e formou uma boa parceria com Vagner Love, que ficou conhecida como “Império do Amor”. Apesar de muitos gols, o Rubro-Negro não conquistou títulos e Didico optou por retornar à Europa, onde jogou na Roma (ITA), em uma passagem que durou apenas oito partidas.

Após sua passagem pela Roma, Adriano jogou por Corinthians, Athletico Paranaense e Miami United, sem grandes destaques. Sua experiência nos Estados Unidos foi sua última atuação profissional, encerrando-se em 2016. Contudo, quase uma década depois, Didico recebeu uma merecida homenagem.

No Maracanã, em 2024, um time combinado do Flamengo enfrentou uma ‘seleção da Itália’, composta por amigos de Adriano da época em que jogava na Internazionale. Com o estádio lotado, o ídolo rubro-negro foi aplaudido, marcou gols de ambos os lados e se emocionou com uma homenagem póstuma de seu pai, transmitida por meio de inteligência artificial, tocando o coração de todos os presentes.

– Carioca 2000
– Carioca 2001
– Brasileiro 2009
– Craque e artilheiro do Brasileirão 2009
– 94 jogos e 46 gols

Publicado em colunadofla.com

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