Advogado indica falta de apoio afetivo do Flamengo, mas admite ‘pontos positivos’ em auxílio às famílias envolvidas na tragédia

A tragédia ocorrida no Ninho do Urubu, que ocasionou a morte de dez jogadores das categorias de base do clube, completará um ano no próximo sábado (08). Até então, o Flamengo não conseguiu resolver por completo as questões jurídicas, sobretudo indenizações para famílias de vítimas. Em meio a isso, o advogado Tiago Divanenko, que representa duas famílias, concedeu entrevista ao jornalista Mauro Cezar Pereira e falou sobre o assunto.

Defendendo as famílias de Vitor Isaías (com indenização já acertada) e de Bernardo Pisetta, o advogado afirmou que o principal descontentamento de Darlei, pai de Bernardo, está relacionado à questão afetiva. Isso porque, segundo ele, o clube presta pouco apoio emocional, tratando-se de uma situação tão delicada.

– Algo que o Darlei, pai do Bernardo, sempre falou, desde o princípio, é que ele sentia falta de “carinho” do clube. Para além do dinheiro, uma palavra, contatos dos dirigentes. O aspecto emocional é pesado nesses casos, e qualquer coisa pode fazer diferença -, contou o advogado.

Em contrapartida, Tiago reconheceu que o Flamengo tem cumprido com o seu papel judicial, de acordo com os termos estabelecidos. Ele destacou também a assistência do clube no processo de sepultamento dos garotos, afirmando que é necessário reconhecer as atitudes corretas do Fla.

– Há que se reconhecer o que o Flamengo tem feito, da mesma forma. Não há reivindicação neste sentido que não tenha sido atendida, ao menos, às famílias que eu represento. Sim, as famílias têm tido atendimento psicológico nas suas cidades de origem, o clube tem honrado com o compromisso financeiro mensal, bem como nas oportunidades em que foi necessário deslocamento ao Rio de Janeiro, se responsabilizou por viagem e hospedagem. Além disso, toda a questão de transporte e sepultamento, foi suportada pelo clube. Obrigações morais, mas que foram cumpridas. Acho justo reconhecer os pontos em que o clube tem sido presente.

Até então, o Flamengo chegou a acordo com três famílias, além do pai de Rykelmo. Desta forma, o clube ainda tem sete processos em andamento para fechar as indenizações com as famílias de adolescentes mortos. Quanto aos que estavam no Ninho, mas se salvaram, os acordos já foram selados.

Fonte: https://colunadofla.com/2020/02/advogado-indica-falta-de-apoio-afetivo-do-flamengo-mas-admite-pontos-positivos-em-auxilio-as-familias-envolvidas-na-tragedia/

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