Flamengo, Fluminense e até o Vasco da Gama, mesmo que de forma mais tímida, comemoraram a decisão do governo do Rio de Janeiro em acabar com a concessão do Maracanã à Odebrecht. Porém, mesmo que este seja um passo importante na tentativa de ter a administração do estádio em suas mãos, possivelmente através de uma parceria público-privada, clubes e poder público precisam se conscientizar de que, em participando da gestão, terão que superar um passado absolutamente deficitário do complexo.
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Desde a reinauguração, em 2013, a construtora acumulou R$ 247 milhões de prejuízo, sendo R$ 48 milhões em 2013, 2015 e 2016, R$ 77 milhões em 2014 e R$ 26 milhões em 2017 – os dados referentes a 2018 devem estar disponíveis somente em abril. Aliás, este era um dos motivos para a empresa também querer se livrar da concessão, que inicialmente dava a possibilidade de se construir empreendimentos no local do estádio Célio de Barros e do parque aquático Julio Delamare, o que não se confirmou. Ou seja, é preciso ir atrás de outras formas de se fazer dinheiro.
Inicialmente, as receitas obtidas com o Maracanã foram crescentes (R$ 19 milhões em 2013, R$ 44 milhões em 2014 e R$ 61 milhões em 2015), muito em função de patrocínios, vendas de camarotes, lojas, visitas guiadas, bilheteria e locação para eventos. Porém, tudo começou a degringolar a partir de 2016, com a cessão forçada do estádio para os Jogos Olímpicos. Praticamente todos os funcionários foram mandados embora em um ano no qual houve o faturamento de somente R$ 5 milhões – este número cresceria para R$ 14 milhões em 2017. Nos últimos tempos, o que se via era um estádio praticamente abandonado e com pouca manutenção. E é este cenário que fica como herança. Quem assumir precisa saber que todo negócio possui um prazo para amadurecimento. E o do Maracanã, por conta do alto custo envolvido, não é pequeno.
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