Eleições

Análise da Eleição do Flamengo: Maurício Gomes de Mattos e suas bandeiras, equipe, apoios, propostas e polêmicas

Maurício Roberto Gomes de Mattos, amplamente conhecido como Maurício Gomes de Mattos, é um advogado de 63 anos, casado e pai de família. Ele é um dos sócios fundadores do escritório Gomes de Mattos Advogados Associados.

Em 2004, Maurício Gomes de Mattos foi designado vice-presidente do Fla-Gávea pelo então presidente Márcio Braga, posição que ocupou até 2005. Durante seu mandato, atuou como advogado do Flamengo, assegurando as Certidões Negativas de Débito (CNDs), o que possibilitou ao clube receber os recursos do patrocínio da Petrobras. No dia 15 de dezembro de 2009, Maurício foi eleito para a presidência do Conselho de Administração do Flamengo, sendo reeleito em 17 de dezembro de 2012. Em 2015, durante o processo eleitoral do clube, Maurício se afastou do cargo para concorrer como vice-presidente geral na Chapa Azul, liderada por Eduardo Bandeira de Mello. Eleito com uma ampla vantagem, a chapa recebeu 1.632 votos, em comparação aos 834 da chapa de Wallim Vasconcellos. A partir desse momento, Maurício dedicou-se ao projeto das Embaixadas do Flamengo.

Em 2016, Maurício convocou uma coletiva de imprensa para anunciar alterações no projeto, que, além das Embaixadas, passou a incluir os Consulados, agora vinculados ao programa de Sócio Torcedor do Flamengo. No final de 2018, enfrentou desavenças com Eduardo Bandeira de Mello, sendo impedido de continuar no projeto de Embaixadas e Consulados. Desde então, Maurício passou a apoiar a oposição. Com a vitória de Rodolfo Landim, da Chapa UniFla, ele foi nomeado vice-presidente de Embaixadas e Consulados, uma pasta criada pela nova administração. Maurício ocupou essa posição até maio de 2024, quando decidiu se candidatar à presidência do Flamengo.

Entre 2005 e 2006, Maurício Gomes de Mattos foi o advogado encarregado de conseguir as CNDs (Certidões Negativas de Débito). Sem essas certidões, o Flamengo estaria impossibilitado de receber os valores advindos do patrocínio da Petrobras. Em 2016, ele reformulou o projeto de Embaixadas e Consulados da Nação, aumentando significativamente a participação, com o número de embaixadas crescendo de 50 para mais de 500, tanto no Brasil quanto no exterior. Além disso, Maurício reestruturou o setor, incorporando novos funcionários e processos menos burocráticos para a criação de novas embaixadas. Integrado ao programa Sócio Torcedor, o projeto de Embaixadas e Consulados gerou aproximadamente R$ 2 milhões aos cofres do clube em 2020. Outro grande feito de Maurício como vice-presidente de Embaixadas e Consulados foi a criação do ‘Calendário Anual de Ações e Responsabilidades Sociais no Brasil e no Exterior’, uma iniciativa que contribuiu com apoio a comunidades carentes, instituições e até mesmo ex-jogadores do Flamengo.

Maurício Gomes de Mattos está envolvido na política do Flamengo há 22 anos. De personalidade serena e conciliadora, o dirigente sempre conseguiu transitar com sucesso entre diversas correntes políticas do clube. Desde o início de sua trajetória política no Flamengo, em 2004, Maurício navegou com êxito nas gestões de Márcio Braga, Patrícia Amorim, Eduardo Bandeira de Mello e Rodolfo Landim. Poucas vezes ele se envolve em confrontos diretos com opositores. No atual processo eleitoral, embora critique a gestão atual, Maurício tem evitado mencionar nomes diretamente. A exceção ocorreu durante um debate na ESPN, quando ele criticou seus concorrentes, citando especificamente Cacau Cotta e Marcos Braz em relação a Rodrigo Dunshee e Luiz Eduardo Baptista, o Bap. Em seu discurso, Maurício afirma que, em sua administração, as perseguições aos sócios – algo comum durante os dois triênios de Rodolfo Landim – terão fim. Ele se apresenta como o único candidato capaz de pacificar o clube.

Em 2017, enquanto ocupava o cargo de vice-presidente geral do Flamengo, Maurício Gomes de Mattos teve um desentendimento com Cláudio Pracownik, vice-presidente de Finanças, em relação à reformulação do departamento médico da Gávea. Durante uma reunião do Conselho Diretor, ocorreu um desentendimento, com acusações de uso eleitoral. Na tentativa de intervir, Eduardo Bandeira de Mello derramou um copo de água na direção de Maurício, que se levantou e deixou a reunião.

Em novembro de 2018, após ser acusado de utilizar as Embaixadas e Consulados de forma política, Eduardo Bandeira de Mello afastou Maurício Gomes de Mattos do projeto. A decisão do presidente desagradou embaixadores e cônsules. Maurício se manifestou através de um vídeo no Twitter: — ‘Sou sempre portador de boas notícias, mas dessa vez, a notícia é triste. Eduardo Bandeira de Mello acabou de me destituir do projeto Embaixadas e Consulados da Nação. Esse é o projeto da minha vida no Flamengo. Nada e nem ninguém vai me impedir de ajudar, de colaborar, de estar junto com vocês. Eu tenho orgulho de cada um de vocês. Não é o projeto de um homem, é o projeto do Flamengo. Eu sou serviçal desse projeto. Contem comigo, porque eu conto sempre com vocês’ —, disse. Bandeira de Mello respondeu em entrevista ao jornal Extra: — ‘Ele é livre para ir nas reuniões que quiser e pedir votos para a chapa de oposição da maneira que quiser. Apenas não pode usar a estrutura do clube, funcionários, etc., como plataforma eleitoral. Isso nunca permitimos, nem em proveito da situação. Quando concorri à reeleição em 2015, isso já estava proibido. É uma questão de postura.’

Durante o debate com os candidatos à presidência do Flamengo, promovido pela ESPN, após ouvir de Rodrigo Dunshee, seu amigo e ex-aliado, que ele teria conspirado contra a aprovação da compra do terreno do Gasômetro, Maurício Gomes de Mattos o chamou de mentiroso e de ‘Pinóquio do mal’. Em seguida, outros concorrentes também usaram esses adjetivos em diferentes momentos. Isso incomodou o atual vice-presidente geral do Flamengo, a ponto de solicitar que seus concorrentes parassem de afirmar que ele estava faltando com a verdade.

Em um evento com apoiadores, Maurício Gomes de Mattos anunciou o nome de Wellington Silva como seu vice. Wellington é consultor de comunicação, jornalista, pós-graduado em Marketing, Gestão e Governança Corporativa, e mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ/Eco. Ao longo de sua carreira, destacou-se como diretor de Comunicação da Brasil Telecom, diretor do Instituto Oi Futuro e secretário de Comunicação do Supremo Tribunal Federal (STF). No Flamengo, Wellington foi vice-presidente de Comunicação na gestão de Eduardo Bandeira de Mello, em 2018. Ele foi anunciado em fevereiro daquele ano e substituiu Antonio Tabet, que foi para a pasta de Relações Externas.

O ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello e Rosana Lomba estão na disputa para presidência e vice da Assembleia Geral, respectivamente.

Uma das principais bandeiras da campanha de Maurício Gomes de Mattos é o profissionalismo, buscando o fim do amadorismo, valorização dos sócios e torcedores, e a promoção de uma mentalidade vencedora. No futebol, ele promete a total profissionalização do departamento. Além disso, afirma que contratará um diretor de futebol e que as contratações serão fundamentadas em um processo centralizado de scouting, priorizando saúde e performance, práticas internacionais e o mapeamento do DNA do futebol do Flamengo, a ser aplicado nas categorias de base e no time profissional. Para o programa Sócio-Torcedor, Maurício planeja mudar o conceito, transformando-o em um programa de relacionamento. Entre as propostas estão: cashback, milhagem, minutagem, experiências exclusivas e a compra de ingressos pelo clube quando este for visitante, beneficiando os torcedores que residem fora do Rio de Janeiro. Maurício foi o primeiro candidato à presidência do Flamengo a apresentar uma proposta de viabilidade econômica para um estádio próprio, um estudo divulgado antes da votação para autorizar a diretoria a participar do leilão para a compra do terreno do Gasômetro. Segundo ele e seu grupo, é viável construir o estádio sem comprometer o desempenho esportivo e sem que o clube necessite adotar uma SAF.

Maurício Gomes de Mattos conta com o apoio de cinco grupos políticos: Flamengo Sem Fronteiras, Flamengo Frente Maior, GRAP (Grupo Raça, Amor e Paixão), Fla-Clones e Vitória. Entre seus apoiadores estão Eduardo Bandeira de Mello, Márcio Braga, Walter Monteiro, Michel Helal, Léo Rabello, Bruno Cotecchia, Adalberto Ribeiro, Daniel Orlean e Gilney Bastos.

Publicado em colunadofla.com

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Redação Flamengo RJ

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