A primeira expulsão de Gabigol pelo Flamengo na temporada 2021 reforça o maior desafio do técnico Renato Gaúcho no vestiário da equipe. Famoso por saber lidar com os atletas no dia a dia, mantendo a relação próxima, sem perder o comando, o treinador já se deu conta de que o artilheiro pode ser um “garoto-problema”.

O atacante acumula gols, recordes, mas também casos de indisciplina desde que chegou ao clube. Não apenas expulsões. Essa foi a sexta em três anos, cinco delas por reclamação ou ironia. Contra o Internacional, Gabi bateu palmas para uma marcação do árbitro e acabou expulso. Na temporada 2020, levou vermelho pelas mesmas razões.

Contra o Bahia ofendeu o juiz, e diante do Fluminense reclamou de uma marcação. A única vez em que foi punido por falta ocorreu em 2019, contra o Peñarol. Na ocasião, deu uma tesoura no adversário. Nos jogos contra Grêmio e River, pela Libertadores, foi expulso por ironia e provocação à arbitragem e ao adversário, respectivamente.

A falta de respeito de Gabi também teve outros treinadores como alvos em momentos de substituição. O jogador reclamou ao deixar o campo com Renato Gaúcho, mas o técnico contornou em tom de brincadeira, o chamando de “chatão”. Rogério Ceni não teve o mesmo jogo de cintura e viu o caso se repetir e se desdobrar com outros atletas do clube.

O mesmo ocorreu com Domènec Torrent. Gabi teve problemas até com Jorge Jesus pouco antes da saída do português para o Benfica. Chegou a discutir com o técnico e abandonar um treinamento.

O comportamento de Gabi também irritou este ano a diretoria do Flamengo, que o multou por não ter se apresentado em Curitiba para uma reavaliação de lesão, um dia antes de ir ao encontro da seleção brasileira na Copa América e jogar. No retorno, em julho, acabou suspenso de uma partida.

Na ocasião, Renato Gaúcho não se meteu na decisão, mas indicou não concordar com a medida. Agora, precisa entrar em cena para acalmar os ânimos de seu principal atacante.