O roteiro do primeiro jogo da semifinal do Estadual demonstrou que o Flamengo de Paulo Sousa ainda não tem uma estratégia perfeita para provar toda sua superioridade sobre o Vasco de Zé Ricardo.

Os primeiros minutos do duelo que terminou 1 a 0 no Maracanã, gol de pênalti marcado por Gabi, indicavam, mais uma vez, que o controle da bola e as seguidas jogadas e finalizações resultariam em um placar elástico a favor do time rubro-negro.

Mas na prática o Flamengo fez pouco para furar a retranca do Vasco, e permitiu que o rival igualsse um jogo totalmente a seu favor no segundo tempo.

Depois de finalziar a gol seis vezes na etapa inicial, contra nenhuma bola arrematada pelo adversário, o Flamengo tirou o pé do acelerador nos últimos 45 minutos.

E isso não se prova apenas pelas outras quatro finalizações, menos do que na primeira parte. O recuo dessa vez foi do próprio Flamengo, que ao sair na frente, tentou atrair o rival, mas sofreu mais.

O Vasco, que não havia finalizado até os 12 do segundo tempo, terminou o jogo com apenas um chute a gol a menos que o Flamengo.

Escolhas questionáveis

Não fosse algumas intervenções do goleiro Hugo, o empate não seria um exagero. E o alerta fica aceso para Paulo Sousa e suas escolhas.

Bruno Henrique atuando de ala pela esquerda foi muito pouco efetivo. Era o jogador capaz de dar mais profundidade, já que Gabigol se movimentava por trás para atrair a defesa.

Já Arrascaeta, que em outras partidas encontrava soluções, desta vez foi mais burocrático. Alternou os lados do campo, tentou boas tabelas, mas esteve bem marcado.

Aliás, a incompetência do Flamengo em furar o bloqueio não tira o mérito do Vasco ao executá-lo com toda dedicação.

Paulo Sousa tentou dar mais força e habilidade ao lançar Lázaro e Rodinei no segundo tempo. O jovem entrou bem, critou situações, mas na hora do último passe a bola nunca sobrava limpa para o arremate final ao gol.

Defesa vulnerável

Quando o Vasco saiu para o jogo, os volantes Andreas e Arão não conseguiram conter o ímpeto. Esse é outro ponto sensível. Com a bola, a dupla vai bem, mas costuma ser alvo de desarmes que iniciam possíveis contragolpes. Especialmente Andreas.

Com a entrada de João Gomes, entretanto, houve ainda falhas de marcação, erros de passe e pouca combatividade, sobretudo quando Marinho entrou pelo lado direito.

Preocupa essa exposição que a defesa do Flamengo apresenta quando pressionada. David Luiz, que quando o Vasco se armava atrás conduzia bem a bola, até armava o jogo, quando bem marcado teve dificuldades. O goleiro Hugo, seja na saída pelo alto, ou em lances mais agudos com os pés, ainda não transmite confiança plena.

Problemas semelhantes que este elenco tem apresentado desde o fim do ano passado contra equipes que fazem pressão na saída de bola do Flamengo. Por isso, a retranca do Vasco nem foi o maior problema. O maior foi quando o Vasco resolveu jogar.