Não fazia o menor sentido a ideia de que o Flamengo faria uma despedida no Maracanã, desfilando sua força máxima para a torcida, antes de embarcar rumo ao Uruguai na semana que vem, para a final da Libertadores. O jogo contra o Corinthians era mais um da programação já indicada por Renato Gaúcho para que o técnico desse ritmo a quem vinha de lesão e preservasse os mais desgastados para que eles não se machuquem. Mas a vitória diante de 47 mil torcedores claramente injetou um ânimo e uma confiança importantes para qualquer um do elenco, embora o time tenha sido quase todo reserva.
Valeu o risco escalar Bruno Henrique por 45 minutos? As dores no joelho preocupam, mas o gol da vitória diante da massa foi importante para toda a equipe pulsar em ritmo de decisão. Tal espírito já havia sido demonstrado diante do São Paulo, no domingo. Só que isso é circunstancial. A comissão técnica prioriza jogadores em boas condições em detrimento de exibição coletiva. Claro que no discurso ainda é possível sonhar com o Brasileiro, mas na prática todo o planejamento está voltado para o Palmeiras, que também entrou com reservas diante do São Paulo.
Dito isso, a atuação do Flamengo contra o Corinthians ainda mais desfigurado foi boa pela entrega em campo dos jogadores. Ainda que o adversário apresentasse nomes mais badalados, foi do Flamengo não só a iniciativa, mas o maior nível de concentração e competitividade. O time não teve o brilho do quadrado de ataque para promover movimentações e fura linhas de marcação. Só que se esforçou para manter a intensidade e variar jogadas de um lado para o outro até encontrar os espaços, ainda que de longe.
Foram quase 20 finalizações contra apenas quatro do adversário. A vitória acabou justa a quem mais procurou o gol. Ainda que os reservas tenham falhado muito na pontaria. E a bola tenha chegado com pouca qualidade dos homens de meio-campo. Além do gol decisivo de Bruno Henrique, vale ressaltar a sequência em alto nível de David Luiz. E o retorno de Filipe Luís apenas para 45 minutos. Suficientes para mostrar que o veterano, que renovou contrato, está bem fisica e tecnicamente.
Agora, contra Inter e Grêmio, sábado e terça-feira, o desafio será fazer o mesmo com Arrascaeta. A tendência é que o Uruguai também atue em partes destes jogos para estar inteiro dia 27. O mesmo vale para o zagueiro Rodrigo Caio, que estava com trabalho físico especial, mas sentiu dores na panturrrilha. E para o goleiro Diego Alves, com desgaste acentuado. É provável que o técnico Renato Gaúcho não tenha força máxima até o jogo com o Palmeiras. E só então todos se juntarão para a partida decisiva. A aposta é na harmonia de um time que joga junto há certo tempo. Só que joga pouco. Por isso, é importante que todos sejam preparados para essa ocasião rara.
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