O Flamengo se manteve 100% na Libertadores, mas teve mais uma atuação desequilibrada diante da Universidad Católica. A vitória por 3 a 2 foi importante sobretudo para encaminhar a classificação às oitavas de final. A equipe tem mais um jogo na Argentina, terça-feira, contra o Talleres, e dois no Maracanã, para fechar a participação no grupo H, no qual lidera com nove pontos em três jogos.
As virtudes no Chile passaram pela volta da dupla de ataque rubro-negra ao seu melhor nível. O artilheiro Gabigol marcou duas vezes servido pelo seu fiel companheiro, Bruno Henrique, que voltou ao time. O camisa nove chegou a 26 gols na história do torneio, tornando-se o segundo maior artilheiro brasileiro, atrás apenas de Luizão, com 29. Lázaro ampliou e Isla, contra, e Buonanoche no fim, diminuíram. Antes de voltar ao torneio sul-americano, o Flamengo terá o Altos, no Piauí, pela Copa do Brasil, e deve levar reservas para a viagem.
Os efeitos físicos de uma maratona de jogos já iniciada ajudam a explicar o desempenho na Libertadores. Em campo, o Flamengo teve um bom início, com pressão sobre o adversário. Bruno Henrique iniciou a partida e lembrou toda sua importância ao atacar bem os espaços pelo lado esquerdo. Logo aos 10 minutos, foi ao fundo e deu bela assistência para Gabigol invadir a área no movimento em diagonal e abrir o placar.
Defensivamente, porém, houve problemas na ausência de David Luiz, preservado da viagem para resolver questões particulares. Em seu lugar, Pablo jogou ao lado de Arão e Filipe Luís. E a trinca defensiva esteve pouco protegida. Ribeiro e Arrascaeta criaram bem, mas deram espaços na transição defensiva. Os volantes João Gomes e Thiago Maia também erraram passes e combates. Assim, nasceu o gol de empate da Católica. Em bola na área, Arão falhou, e Isla chegou atrasado com toque contra na saída atrapalhada de Santos. Por pouco, em lance na sequência, não houve a virada. Ou seja, um combo de erros e desempenho técnico abaixo da média de uma série de atletas do meio para trás.
Mas como a Católica atacava, o Flamengo seguia com espaço. E Arrascaeta apareceu com todo seu talento, embora estivesse com problemas em um campo pesado. O uruguaio viu Bruno Henrique entrar livre na esquerda para servir novamente Gabigol. No fim do primeiro tempo, o artilheiro ainda perdeu chance de marcar mais dois gols e liquidar a partida. A falta de pontaria fez falta.
No segundo tempo, a Católica veio com tudo e o Flamengo recuou para explorar contra-ataques. Não conseguiu, e levou sufoco e uma bola na trave. Paulo Sousa percebeu que a equipe estava sem saída e fez substituições pouco populares. Tirou Éverton Ribeiro, Arrascaeta e Bruno Henrique por questões físicas, para dar maior poder de marcação. E perdeu a criação em um primeiro momento.
Com as entradas de Lázaro, Marinho e Diego, os sustos diminuíram. Depois de o time se reequilibrar, Pedro, que entrou no fim, roubou uma bola, o contra-ataque se deu, e Marinho serviu a Lázaro para tranquilizar para o Flamengo com o terceiro gol. A equipe, entretanto, tornou a relaxar. As linhas defensivas voltaram a se espaçar e a Católica teve os espaços novamente.
O gol dos chilenos no fim lembrou que não houve tanto o que comemorar assim. Em mais um momento desligada, a defesa deixou Buonanoche passar por dois jogadores e chutar cruzado, após a bola desviar em Diego e por último em Filipe Luís. Ainda em busca de uma nova identidade, o Flamengo parece sofrer mais uma vez quando precisa rodar o elenco e manter a intensidade ofensiva e defensiva que apresentou contra o Palmeiras, por exemplo.
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