Minuto 32 do segundo tempo. Renato Gaúcho chama Vitinho para conversar e decide substituílo por Piris da Motta. No placar, o Flamengo vencia por 2 a 1, na Arena, tendo um a mais em campo. A troca de Portaluppi foi a fagulha que o Grêmio precisava para reagir. Não tardou para os gaúchos conseguirem o empate, por pouco, não virar a partida.

Você percebeu que falamos apenas de Renato Gaúcho. Não foi à toa. O técnico do Flamengo foi mais responsável pela reação do Grêmio do que Vagner Mancini. Aliás, os gaúchos tem que agradecer ao seu ex-treinador e ídolo por ter desfigurado totalmente a equipe rubro-negra, o que permitiu a reação que gerou o empate.

Observação: antes de prosseguir o texto, vale um alerta. Não cabe ao jornalismo insinuar coisas sem provas. Se Renato entregou ou não, isso é papo de torcedor e não pode ser levado para o ambiente profissional. Por isso, toda análise é baseada em fatos: em como as suas substituições desmontaram o Flamengo, sem qualquer segunda intenção por trás.

A equipe de Vagner Mancini ocupa a 18ª colocação, com 36 pontos. Está a quatro do Juventude, o primeiro fora da zona de rebaixamento, na 16ª colocação, e tem 85,4% de risco de rebaixamento. Poderia ser pior porque o Flamengo abriu 2 a 0 com um segundo tempo perfeito até os 30 minutos, ainda mais após a expulsão de Jhonata Robert.

Mas antes de falar de Renato, um alerta: é impressionante que o Grêmio tenha entrado com tão pouca intensidade em um dos jogos mais importantes nesta reta final de Brasileiro. Enfrentar o Flamengo reserva, que estava com as atenções voltadas para a final da Libertadores, no próximo dia 27, precisava ser aproveitado. Ao menos o empate merece ser comemorado.

As trocas de Mancini na Arena foram até difíceis de entender. Lucas Silva e Campaz, que faziam bom jogo, deram lugares a Alisson e Douglas Costa. Lucas Silva, principalmente, era quem mehor estava conseguindo equilibrar o meio-campo. Sem ele, foi um passeio rubro-negro no setor. Ao menos, acertou ao colocar Borja, autor do primeiro gol, no lugar de Diego Souza.

Mas o jogo mudou mesmo quando Renato tirou Vitinho e, ao mesmo tempo que não deixou um de seus melhores finalizadores permanecer em campo após dois gols marcados, perdeu quem era a válvula do contra-ataque. Ao colocar mais um volante como Piris da Motta, chamou o Grêmio para o seu campo. Virou um jogo com a bola batendo e voltando, até sair os gols.

A partida do Grêmio na Arena foi ruim, bem ruim. Mas o empate tem que ser comemorado pelo cenário que a partida se desenhou. Se não fosse contra o Flamengo reserva, dificilmente a reação teria acontecido. O mesmo não deve ocorrer diante do Bahia.

O Grêmio volta a campo na próxima sexta-feira, quando enfrenta o Bahia, às 19h (de Brasília), na Fonte Nova.