O Flamengo recebe o Barcelona de Guayaquil nesta quarta-feira, às 21h30, pela semifinal da Libertadores, sob a condição de favorito pela vaga na final. A equipe equatoriana nunca venceu o torneio e tenta chegar à decisão pela terceira vez em sua história, adicionando mais um passeio de uma zebra à história da competição.
A Libertadores coleciona histórias surpreendentes como a do campeão Once Caldas em 2004 e do finalista São Caetano, em 2002, mas os anos recentes também geraram grandes contos de fadas na briga por uma vaga na final.
De 2010 para cá, mexicanos protagonizaram campanhas surpreendentes, times mais modestos da Argentina mostraram forças inesperadas e houve até decisões das mais inusitadas como a de 2014, com as duas equipes de pior campanha. O GLOBO relembre alguma das zebras mais recentes que avançaram à final do torneio, lista à qual o rubro-negro certamente não quer ajudar a crescer.
Chivas Guadalajara (2010)
Entre idas e vindas na Libertadores, os times do México haviam chegado apenas uma vez na decisão, em 2001. Mas o Chivas fez história para ir à decisão daquele ano, contra o Internacional. Convidada, a equipe entrou diretamente nas oitavas de final (em consequência à retirada dos mexicanos na edição anterior por conta da crise da gripe suína) e bateu a Universidade do Chile, uma das equipes mais fortes daquela edição, na semifinal. O time da La U tinha nomes como Walter Montillo e Eduardo Vargas, mas empatou em 1 a 1 no jogo da ida e perdeu por 2 a 1 na volta.
Na final, porém, prevaleceu a força do Internacional. Vitória do Colorado nos dois jogos (2 a 1 e 3 a 2).
Nacional-PAR (2014)
San Lorenzo e Nacional do Paraguai, donos das piores campanhas da fase de grupos, fizeram uma final das mais surpreendentes da história da competição. Enquanto os argentinos enfileiravam eliminações equipes mais tradicionais como Grêmio e Cruzeiro, o Nacional, considerado ainda menos relevante no cenário continental, atravessou uma tabela com Vélez Sarsfield, Arsenal de Sarandí e Defensor-URU para chegar à primeira decisão de sua história. A equipe de Almagro também chegava pela primeira vez à final após bater outra zebra, o Bolívar-BOL, na semi.
O título acabou ficando com os argentinos, que venceram a segunda partida por 1 a 0, após empate em 1 a 1 no jogo de ida.
Tigres-MEX (2015)
Hoje fortemente conhecido pelos times do continente, o Tigres já havia feito seus grandes investimentos para aquela edição da competição. Mas faltava uma grande campanha na competição para salientar a presença de uma equipe que tinha nomes como Gignac e Rafael Sóbis na Libertadores. E ela veio em uma grande semifinal contra o Internacional. Os mexicanos viraram uma desvantagem de 2 a 1 no primeiro jogo, venceram por 3 a 1 no segundo e se tornaram a terceira equipe mexicana a ir à decisão.
Mas o adversário na final era o River Plate de Marcelo Gallardo. Os argentinos equilibraram no primeiro jogo — um empate em 0 a 0 —, mas atropelaram no jogo da volta: 3 a 0, gols de Alario, Carlos Sánchez e Funes Mori.
Independiente del Valle (2016)
Se hoje a equipe equatoriana é considerada uma pedreira em competições sul-americanas, umas das surpresas de sua trajetória veio na semifinal da Libertadores de 2016. Comandada por Pablo Repetto e em sua terceira participação na competição, os equatorianos arrancaram uma vitória por 2 a 1 sobre o Boca Juniors de Tévez. Bastava um empate em La Bombonera para garantir a vaga na final: mas a classificação veio com uma intensa vitória por 3 a 2 para os equatorianos, que tinham jogadores como Sornoza e Orejuela em seu elenco.
O conto de fadas teve fim na decisão: os equatorianos caíram para o poderoso Atlético Nacional, da Colômbia, de Borja e Guerra (1 a 1 e 1 a 0).
Lanús (2017)
Uma das zebras mais recentes da Libertadores é uma velha conehcida de Renato Gaúcho. O Lanús foi à final contra o Grêmio após uma semi eletrizante contra o River Plate. Já com desvantagem de 1 a 0 pela derrota no Monumental, no jogo de ida, a equipe de Jorge Almirón ainda sairia perdendo por 2 a 0 na volta. Tudo indicava que os comandados de Gallardo voltariam à final após dois anos, mas o improvável aconteceu: o modesto Lanús, que tinha dois títulos argentinos e um de Sul-Americana no currículo, conseguiu a remontada histórica e venceu por 4 a 2.
Na final, outra carruagem virou abóbora. O Grêmio de Portaluppi e Luan estragou a festa dos argentinos com vitórias por 1 a 0 e 2 a 1.