Convidado à redação do ‘Jogo Extra’, o auxiliar administrativo Eric Barceleiro, 32, atravessa a rua trajando uniforme rubro-negro e bandeira em mãos. Então, um carro na pista brada "três a zero no Liverpool", quase como um cumprimento. Mal sabia, mas o motorista cantou um dos versos de "Dezembro de 81" para o próprio autor. Às vésperas da final do Mundial de Clubes, a música que embala o Flamengo é tratada como um sucesso inesperado.
— Não tínhamos nenhuma música dentro da torcida que falasse disso [Mundial de 81]. A ideia era exaltar o feito que ninguém tem no Rio de Janeiro. Foi na Libertadores de 2017 que a gente percebeu que pegou. Infelizmente o time não correspondeu e foi eliminado, mas a letra encaixou muito fácil com a melodia. Não é difícil cantar — conta o morador de Freguesia (RJ).
"Em Dezembro de 81 / Botou os ingleses na roda / 3 a 0 no Liverpool / Ficou marcado na história". A canção é um chiclete, mas só explodiu em 2016 mesmo sendo criada em 2011 na comunidade de Orkut da ‘Nação 12’. Na época, Eric participou de um tópico para sugerir novas canções e escolheu ‘Primeiros Erros’, de Kiko Zambianchi, para adaptar. A versão passou por várias mudanças até chegar nesta versão.
— A música até enjoou dentro do ‘Nação 12’ e a gente praticamente não cantava. Só que, aquelas coisas que não se explicam, começamos a cantar no túnel, as pessoas foram gravando e viralizou. A música pegou primeiramente do lado de fora do Maracanã. Nos jogos de basquete e outros esportes. Quando percebemos, estava todo mundo cantando.
Hoje, o canto é tratado como um mantra rubro-negro, lembrado pelos jogadores e usado pelo clube nas redes sociais. De quebra, virou até amuleto: tanto na final da Libertadores quanto na semifinal do Mundial de Clubes, os gols da vitória do Flamengo saíram quando ela estava sendo entoada. E Eric garante: se o bicampeonato vier no sábado, ela não deve sofrer alterações.
— Vale uma adaptação? Vale. Mas com o feito desses caras, acho que vale fazer uma canção nova, contando uma história nova, desde a vitória no Peru que foi incrível. Conhecendo a arquibancada, acho que é mais fácil conseguir pegar uma música e fazer algo novo do que adaptar algo já gravado. O que fizeram em 81 foi incrível, foi absurdo. E agora também é incrível. Falta um degrau. Mesmo se não conseguiram, já está sendo incrível.
Eric nunca ganhou qualquer centavo com a música — e nem deseja. Seu pagamento é ter conhecido Zico, o maior ídolo. Outro bom momento vivido foi ver Kiko Zambianchi gravando a sua versão e seu filho Gabriel, de quatro anos, cantando sem ele ter ensinado.
— O meu filho aprendeu a cantar escutando os outros. Nunca cantei para ele. Foi engraçado também uma vez com a minha esposa. Uma vez estávamos num Fla x Flu, não lembro o ano, mas teve gol contra do Pará. Ela ouviu a música, lembrou e perguntou: ‘Essa não é aquela música que vocês tentavam cantar lá atrás? Está todo mundo cantando’. Aí eu contei que fiz a música, ela reclamou que eu nunca contei para ela e ficou um pouco em choque.
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