Nesta segunda-feira (27), veio à tona a versão apresentada pela defesa do ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, em relação ao incêndio no Ninho do Urubu em 2019. O mandatário do período entre 2013-2018 mencionou Cacau Cotta, atual diretor de Relações Externas do clube, como uma figura crucial na investigação do incidente.
Segundo a defesa de Bandeira, o delegado Márcio Petra teria tido uma consulta informal com Cotta. Além disso, de acordo com a versão do ex-presidente, o atual dirigente eximiu a administração atual de qualquer culpa no incêndio, transferindo a responsabilidade para a gestão anterior, ou seja, a de Bandeira. Durante a audiência, o policial civil admitiu ter tido contato com o atual dirigente, que por sua vez é casado com uma prima do delegado. Cotta se pronunciou na noite deste mesmo dia.
Em suas palavras, Cacau Cotta afirmou: ‘Sobre as alegações feitas pela defesa do senhor Eduardo Bandeira, venho prestar alguns esclarecimentos. Em primeiro lugar, o delegado não é meu parente, mas primo de minha ex-esposa. Em segundo lugar, o deputado Bandeira está sendo processado pelo Ministério Público, que analisou todas as provas e constatou haver elementos para torná-lo réu no processo criminal’.
‘A denúncia do Ministério Público foi aceita pelo juiz e acreditar que uma conversa com o delegado Márcio Petra é a razão do processo é desqualificar toda a instituição do Ministério Público, bem como do Judiciário. A minha conversa com o delegado se limitou a esclarecer sua dúvida a respeito da estrutura administrativa do clube, que é pública e consta em seu estatuto’, acrescentou Cotta.
Por fim, Cacau Cotta considera a acusação de Eduardo Bandeira de Mello como infundada. O delegado indiciou o ex-presidente em dez ocasiões pelo crime de homicídio, além de três por lesão corporal e também por algo não especificado.
O texto ainda traz a seguinte fala de Cotta: ‘Como bom flamenguista e cidadão, não seria razoável não colaborar com informações públicas para um caso de tanto interesse para as famílias das vítimas e para a Nação Rubro-Negra. A denúncia investiga a conduta do deputado Bandeira em relação à assinatura de documentos relevantes e possíveis omissões e negligências relacionadas ao incêndio. Fatos que nunca foram discutidos por mim com o delegado nem publicamente, já que não tenho nada contra o ex-presidente, que fez muito pela instituição’.
‘Atuo no Flamengo desde 2009 e sempre desempenhei minhas funções visando o melhor interesse do clube. Não me cabe julgar a responsabilidade do deputado, pois para isso existe a Justiça. No entanto, é surpreendente o desespero de sua defesa ao desmerecer o trabalho do Ministério Público e da Polícia Civil com a nota enviada à imprensa’.
Bandiera de Mello solicitou a abertura de um procedimento investigativo contra Márcio Petra, após o delegado admitir, em depoimento, não ter registrado a conversa com Cotta sobre o incêndio. O ex-presidente alega também que o princípio da impessoalidade foi violado.
Publicado em colunadofla.com
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