Chico da Costa, sensação do Mirassol, recorda ‘noites inesquecíveis’ contra o Fla e destaca vantagem para o jogo do Brasileirão

Contratado pelo Mirassol no meio do ano, Chico da Costa se tornou a grande revelação do time do interior paulista neste Campeonato Brasileiro. Com quatro gols em cinco partidas, o centroavante irá reencontrar o Flamengo neste sábado (09), a partir das 18h30 (horário de Brasília), no Maracanã. O atacante já enfrentou o Mais Querido em duas ocasiões no ano passado, defendendo o Bolívar (BOL), na Libertadores. Apesar de ter conquistado uma vitória e sofrido uma derrota, o atleta considera as competições continentais como importantes desafios.

Podemos afirmar que, talvez, estejamos mais descansados, não é? Contudo, a verdadeira preparação só será visível em campo. Por essa razão, no Brasil, é fundamental contar com um elenco, dada a loucura do calendário, a quantidade de viagens e jogos. Ter um elenco forte é essencial, e confiamos no nosso. Contudo, também conseguimos observar o elenco do Flamengo e sabemos que eles estão muito bem preparados — acrescentou o atacante.

A partida de hoje é um momento em que não devemos nos preocupar apenas com um jogador. O Flamengo é forte por causa do seu conjunto, e isso não é recente, vem de muitos anos. Além de contar com excelentes jogadores individuais em cada setor do campo, o time é muito bem treinado. E o Maracanã, por si só, oferece um cenário espetacular: a equipe está pronta, motivada e ciente do que precisa fazer — comentou Chico.

O alerta não sou eu quem precisa dar. Cada um tem ciência do que deve fazer hoje, todos estão confiantes e unidos. Jogar no Maracanã é sempre sinônimo de felicidade, não apenas pelo que esse estádio representa para o Flamengo, mas para todo o Brasil — destacou.

Após os confrontos na Libertadores do ano passado, Chico da Costa foi negociado com o Cerro Porteño (PAR), onde participou de 45 jogos e anotou dez gols. Por essa razão, o centroavante não pôde enfrentar o Flamengo nas oitavas de final, quando o sorteio novamente colocou o Bolívar no caminho rubro-negro. Apesar de ter sofrido uma goleada na fase de grupos, o atacante guarda boas lembranças dos embates.

Discutir sobre esses dois jogos contra o Flamengo é relevante para mim, pois acredito que, especialmente no jogo da ida, em La Paz, foi uma experiência muito especial, uma partida que precisávamos vencer. Eu marquei um gol rapidamente, era aniversário da minha avó, e consegui dedicar o gol a ela; meu pai também estava me assistindo em La Paz, visitando junto com meu irmão. Além disso, em relação ao Bruno Sávio (meia do Bolívar): a mãe dele havia falecido poucos dias antes do jogo, e ele não conseguiu viajar para o Brasil, ficou em La Paz, entrou em campo, me deu uma assistência e marcou o gol da vitória. Tenho um carinho muito grande pelo Bruno, então recordo dessa noite em La Paz como uma noite muito especial — relembrou Chico.

Esses momentos não ocorrem com frequência. Eu também tenho boas recordações do jogo no Maracanã, apesar do resultado. Lembro da alegria que tínhamos no vestiário, da oportunidade de jogar não apenas contra o Flamengo, mas em uma quarta-feira à noite de Libertadores. Penso que o Flamengo conseguiu definir a partida logo no início, não nos permitindo equilibrar emocionalmente, ou mesmo que eles se desestabilizassem um pouco, pois precisavam vencer para se classificar. Acredito que foi uma noite muito bonita também — recordou o atacante do Mirassol.

Discutir estratégia é complicado, pois vamos ajustando detalhes a cada jogo, dependendo do adversário. No entanto, no final das contas, creio que são apenas detalhes. O Mirassol possui uma identidade de jogo que é importante não alterar completamente. Podemos aceitar algumas mudanças, conforme cada partida, mas sem perder nossa essência. Esperamos fazer um bom jogo no Maracanã, mantendo nossa essência. Independentemente da estratégia, é crucial não perder nossa essência’.

Olha, eu não tive a oportunidade de acompanhar com frequência o início do campeonato, pois estava fora, mas, quando a proposta do Mirassol chegou até mim e pude realmente observar o que o Mirassol vinha realizando, notei que é um trabalho admirável, muito organizado, e que, talvez, surpreenda aqueles que não acompanham’.

Acredito que, quem está presente no dia a dia, observando o trabalho, não se surpreende, pois são os frutos que estamos colhendo do que temos plantado. O trabalho é muito sólido e robusto, trabalhamos de forma inteligente, cientes do que queremos. Portanto, considero que possa ser uma surpresa para o Brasil, no que tange aos favoritismos, mas para os profissionais que atuam no Mirassol – jogadores, corpo técnico, staff e diretoria – não é nenhuma surpresa’.

Retornar envolveu muitas questões. Primeiro, a casualidade. Não joguei muito neste semestre no Cerro (Porteño), devido a lesões. Conversei com o treinador e decidimos que seria melhor eu buscar novos caminhos, sair por empréstimo, já que o Cerro Porteño adquiriu meu passe do Bolívar há um ano, então não iria se desfazer de um jogador assim. Apareceu a proposta do Mirassol, e eu estava com saudade do Brasil, essa é a verdade, querendo me provar na Liga Brasileira’.

Assim, tudo se alinhou no momento certo, coincidiu com um clube como o Mirassol, que vinha realizando uma boa campanha, possui uma estrutura muito boa e um projeto esportivo excelente. Cheguei motivado, feliz por estar de volta ao Brasil após tanto tempo, com saudade de casa e da minha família. Portanto, diversos fatores possibilitaram a minha chegada’.

Publicado em colunadofla.com