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Com ingressos caros na Ilha do Urubu, flamenguista se recusa a ir a jogo e Extra mostra o que ele pode fazer com a grana

Ir a um jogo do Flamengo se tornou um dos programas mais caros da atualidade no Rio de Janeiro. Para se ter uma ideia, um torcedor que não seja sócio-torcedor do clube e queira levar a filha de 12 anos para o jogo contra o São Paulo, às 16h, neste domingo, no setor norte da Ilha do Urubu, terá que desembolsar a bagatela de R$ 300 só em ingressos. Valor que está fora do alcance de grande parte da torcida rubro-negra. É o caso de Eduardo Tokitô, pai da menina Cindy Tokitô, de 12 anos. Ele gostaria de levar a filha para a partida, algo que costuma fazer, mas desistiu.

– Com esse valor, fica praticamente impossível. Como a minha filha fez aniversário recentemente, vamos fazer um bolinho e ver o jogo em casa mesmo. E, com esse dinheiro, poderemos fazer outros programas – disse Tokitô.

Passeio de pedalinho por uma hora Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

Tokitô, que é de Nilópolis, poderia, por exemplo, gastar os R$ 300 para ir a São Paulo ver o jogo do líder do Campeonato Brasileiro, Corinthians, em um estádio de Copa do Mundo, contra o Botafogo, ou viver um dia de “patrão” na Lagoa Rodrigo de Freitas com direito a passeio de pedalinho por uma hora e almoço em um dos restaurantes mais chiques da região. Poderia também realizar todos os sonhos da filha e os seus em um cabeleireiro do Centro.

Enquanto isso, o Flamengo busca uma forma de lucrar com a nova casa sem restringir o direito de torcer a apenas 100 mil sócios-torcedores. Até os que se beneficiam do plano e pagam um quarto do preço dos ingressos reclamam do valor das entradas nas três primeiras partidas, que custaram a partir de R$ 200. Por conta disso, a diretoria estuda cancelar o desconto cumulativo dos sócios, a chamada meia da meia, e conceder um desconto fixo maior a eles. Assim, ou o torcedor compraria o ingresso pelo direito de meia-entrada, ou pelo desconto de sócio-torcedor, não os dois. A estratégia pode fazer com que o clube não tenha que fiscalizar os comprovantes de estudantes, por exemplo. Para aderir ao plano de sócios, já não há qualquer exigência de documentação de meia-entrada no cadastro do Nação Rubro-Negra. O Flamengo também não limita o benefício da meia-entrada a 40% do público, direito garantido por lei.

Encher o gás do carro Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

Nos borderôs das partidas na Ilha, o Flamengo comprova que o estádio é para sócios-torcedores. A capacidade é inferior a 20 mil lugares. Contra o Santos, pela Copa do Brasil, o palco teve apenas 353 pessoas que pagaram o preço cheio, três no setor norte, o mais barato. Do público pagante de 15.564, foram 9.357 sócios-torcedores com direito a meia da meia, o que representa 60% dos pagantes. A meia-entrada normal representa cerca de 90% dos ingressos. Isso garante o ticket médio do estádio na casa dos R$ 60. Na prática, porém, quem pode paga pouco, quem não pode, nem vai. A ideia é chegar em um meio termo que não prejudique a arrecadação com bilheteria prevista em orçamento.

Maracanã fora do horizonte do Flamengo

O argumento do Flamengo para deixar de jogar no Maracanã era o alto custo. Na Ilha, ele ainda não é baixo, mas controlado pelo clube, que não planeja voltar ao palco da final da Copa do Mundo por enquanto. Apesar de ter a intenção de jogar algumas partidas este ano no Maracanã, o foco é em jogos com apelo para mais de 45 mil pessoas. Apesar disso, jogos eliminatórios como contra o Santos pela Copa do Brasil acabaram indo para a Ilha do Urubu. Se houver retorno ao Maracanã, o Fla-Flu do segundo turno do Brasileiro é uma opção estudada. Jogos contra equipes contra o Palmeiras, por exemplo, que se avizinham, estão descartados para o maior estádio. Um dos motivos do clube além do alto custo de aluguel é não ter que disponibilizar alta carga de ingressos na bilheteria e facilitar o desvio para cambistas. A partida contra o Grêmio, que disputa a liderança com o Flamengo, será quinta-feira na Ilha do Urubu. Provavelmente com ingresso mais barato.

Tomar água de côco na Lagoa Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

Realizar os sonhos da filha em um cabeleireiro Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

O carro do rubro-negro Tokitô Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

Tokitô e a filha Cindy são rubro-negros fanáticos Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/com-ingressos-caros-na-ilha-do-urubu-flamenguista-se-recusa-ir-jogo-extra-mostra-que-ele-pode-fazer-com-grana-21542462.html

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