A atuação de Gabigol na vitória do Flamengo sobre o Independiente Del Valle, com um gol e uma assistência na final da Recopa no Maracanã, foi mais uma prova de que valeu o investimento no jogador, que coleciona títulos e recordes pelo clube em pouco tempo. A participação na partida deu a real dimensão da capaciadde do atleta nas conquistas individuais e coletivas, e no seu poder de multiplicação.
Artilheiro e campeão da Libertadores e do Brasileiro de 2019, o atacante terminou o ano com 43 gols. Em 2020, após ser comprado por R$ 78 milhões à Inter de Mião, já tem seis, em seis jogos, um por partida. Em todas elas, participou dos 90 minutos e se desdobrou em campo para se tornar ainda mais decisivo.
A movimentação de Gabigol depois da expulsão de Willian Arão no último jogo foi determinante para a terceira taça erguida em 11 dias pelo Flamengo. Além do gol, o atacante fez o papel que caberia a Bruno Henrique, lesionado, na puxada dos contra-ataques. E ainda deu uma assistência, quesito que outro companheiro do trio, Arrascaeta, está mais acostumado.
Foi assim por um tempo e meio de jogo. Com o Flamengo mais recuado, Gabigol se posicionava na beirada do campo, do lado direito do ataque. Quando o time roubava a bola, era ele que a recebia para ganhar terreno à frente para o desafogo da defesa, que jogava com um a menos.
– Caí bastante pelos lados porque estávamos com um a menos e precisávamos do contra-ataque, de jogadas individuais. Nessas horas você precisar ter habilidade, um atacante que parte para cima – avaliou o atacante, que após o jogo ouviu gritos de “matador” da torcida.
A exibição provou ainda a tese sobre sua versatilidade. E novamente deixou claro que sua vinda para o Flamengo nunca foi, como ele mesmo disse, para ocupar a posição de centroavante, preso dentro da área. Mesmo que o faro de gol seja aguçado.
O resultado de tamanha identificação, técnica e vigor físico são 49 gols e 14 assistências em 65 jogos no Flamengo desde o ano passado. Com isso, Gabigol está a um de se tornar o maior artilheiro do novo Maracanã, posto que divide hoje com Fred, ambos com 30 gols.
Os números já fizeram Gabigol superar Adriano e Hernane Brocador na lista de maiores artilheiros do século 21 no Flamengo. A dupla fez 46 e 45 gols, respectivamente. O primeiro colocado é Renato Abreu, que fez 73 gols ao longo de duas passagens.
Na carreira, Gabriel Barboza acumula ainda mais quatro artilharias pelo Santos, onde foi goleador do Brasileiro de 2018, da Copa do Brasil de 2014,2015 e 2018. Números que deixam craques como Romário, com cinco artilharias na carreira, para trás.
Talvez por isso, recentemente o técnico Jorge Jesus indicou que Gabigol e Bruno Henrique estavam acima na comparação aos outros atacantes do elenco do Flamengo. Mesmo Pedro, que chegou com ótima média de gols, não tem tantas ferramentas nem apresentou tantas qualidades decisivas para a equipe.
De volta ao radar de Tite na seleção brasileira, Gabigol vê a idolatria crescer no Brasil aos 23 anos, com um insucesso na Europa que parece ter ficado no passado. Qual o limite para o maior artilheiro do Brasil? No currículo, só faltam as conquistas da Copa do Brasil e do Mundial de Clubes por uma equipe nacional.
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