O futebol passa por um momento delicado e tem sido fortemente impactado pela pandemia do novo coronavírus. A doença parou o mundo e tem afetado a todos de diversas maneiras, inclusive, financeiras. Com a economia global em colapso, o dólar e o euro sobem e o real despenca. A situação é complexa e impacta os clubes brasileiros de formas bastante singulares.
Conforme informações do jornal ‘O Globo’, a alta do dólar e do euro em relação ao real acaba impactando os clubes de maneiras diferentes, sendo positiva para quem vende jogadores e participa de torneio internacionais, e negativa para os clubes que possuem dívidas no exterior. A atenção, no entanto, deve ser igual para todos que negociam com moedas estrangeiras.
Em outro patamar, o Flamengo considera que os danos causados pela suspensão do futebol podem ser absolvidos no decorrer da temporada. O rubro-negro carioca trata de seus principais assuntos em euro, considerando a negociação com Jorge Jesus, a compra de Gabigol e a venda de Reinier, além de outros valores a receber.
Sem o fluxo padrão, o Mais Querido faz sua projeção internacional baseada no “hedge natural”, ou seja, em uma espécie de proteção em que para cada débito com moeda estrangeira se tenha uma receita. Protegido, o clube detém 35% dos R$ 87,6 milhões em caixa em moeda de fora do país e cobertura de curso até a reta final de 2021.
Em constante alternância, o mercado internacional pode ser bastante favorável para aqueles que têm valores a receber, como São Paulo e Corinthians, observando que a cotação considerada na venda de jogadores é aquela do dia em que se recebe o dinheiro. O tricolor trabalha para antecipar parte do montante da venda de Antony, enquanto o alvinegro tem 20 milhões de euros para receber do Benfica pela venda de Pedrinho.
Para além da compra e venda, as agremiações também devem se preocupar com os salários dos funcionários que recebem em moeda estrangeira, como o Palmeiras, com o zagueiro Gustavo Gomez, e o Atlético-MG, com o técnico Jorge Sampaoli. Ambos os clubes usam a tática do balizamento de valores e limitação de variação do câmbio, isto é, se criam tetos em relação aos valores das moedas.
Do outro lado, Vasco, Fluminense e Cruzeiro também sentiram os impactos da variação. No lucro, o cruzmaltino recebeu 500 mil euros (R$ 2,57 milhões) via mecanismo de solidariedade de uma negociação envolvendo o meia Souza e aproveitou o valor para quitar o 13º de 2019. Já o tricolor e a celeste se viram em situações complicadas diante de punições financeiras da FIFA e a necessidade de negociar com a cotação em alta do dólar e do euro. O Botafogo também sofreu com a variação e viu as conversas com Yaya Touré emperraram – a pedida do marfinense é em libra.
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