Presidente do Flamengo, Rodolfo Landim já manifestou diversas vezes o interesse em tornar o clube uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Para o mandatário, o Rubro-Negro precisa de um ‘parceiro’ na construção do estádio próprio. Dessa forma, a ideia do dirigente é não dar à SAF poderes que sejam direcionados ao futebol do Fla. Em entrevista ao Uol Esporte, Landim deu detalhes do modelo que deseja implementar.
— Na verdade, o Flamengo está muito bem financeiramente. A gente estruturou o clube. A gente poderia utilizar esse modelo de SAF como uma forma de captar recurso para um projeto estratégico do Flamengo. Qual seria o principal projeto estratégico do Flamengo? Um estádio onde vai precisar de muitos recursos. Como a gente faria isso? A gente montaria uma SAF onde a gente, e falo a gente Flamengo, teria 100% –, disse Landim, antes de completar:
— A instituição Flamengo teria 100% das ações dessa SAF. Depois, a gente chamaria um sócio que a gente venderia uma parte dessas ações. E o capital ficaria diluído, mas o sócio dessa SAF seria o clube Flamengo como um todo. Então passaria a ter o Flamengo como clube com um percentual elevado que permitisse o Flamengo ter o controle -, explicou.
Além disso, Rodolfo Landim foi questionado se a futura SAF poderia ganhar poderes em relação ao futebol do Flamengo, como em outros clubes como Vasco e Botafogo. Ao responder, o presidente rubro-negro explicou que a ideia no Fla é apenas criar uma ‘parceria’ para investir na construção do estádio próprio. Ou seja, segundo o mandatário, nenhuma SAF teria qualquer outro poder junto ao Mais Querido.
— Isso só poderia acontecer se o Flamengo emitisse, ao criar a SAF, como se fossem duas ações. Uma do direito de frequentar e usar a sede, uma segunda, uma ação deste novo negócio que seria a SAF. E permitisse que esse sócio negociasse livremente esse segundo direito -, disse, antes de completar:
— Mas não é essa a ideia do que nós vamos fazer. A ideia do que vamos fazer é o Flamengo que vai ser dono da SAF, não vai ser individualmente cada sócio tendo uma cota desse novo negócio. Não seria ele que vai negociar. Teria que ser o Flamengo como um todo, que será o detentor da participação -, finalizou Landim.
Apesar de ser contra o Flamengo perder poderes no futebol por conta da SAF, Landim admitiu que isso pode acontecer. Segundo o presidente rubro-negro, contudo, seria necessário que os conselheiros do clube deliberassem e votassem para uma possível venda adicional. O mandatário ainda aproveitou para reforçar que, caso fosse necessário, votaria contra.
— Só se os conselheiros, em reunião no futuro, fossem deliberar para uma venda adicional que permitisse a venda do controle. Estou falando hipoteticamente, daqui a anos, teria de passar pelo Conselho Deliberativo. Se um conselho conseguisse convencer os sócios do Flamengo, que esses sim são os verdadeiros donos do Flamengo, de que é um bom negócio vender o controle. Mas certamente vai votar – como eu voto – contra. Por que acho que não há necessidade de fazer isso. E eu seria contra -, disse.
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