A Conmebol anunciou, nesta quinta-feira (12), a reeleição de Alejandro Domínguez como presidente da entidade, com mandato até 2031. A primeira medida do paraguaio neste novo período é a implementação do Fair Play financeiro para os clubes da América do Sul.
— É fundamental cuidarmos da saúde do nosso futebol. Não adianta gerar receita e investir se os clubes continuam se endividando. Portanto, o próximo passo é inovar e implementar o Fair Play financeiro. É hora de mudar a história. Não desejamos clubes endividados — declarou Domínguez.
— Almejamos clubes fortes. Queremos que o investimento seja direcionado à logística que garantirá o futuro. Trabalhando em conjunto, podemos sonhar, solidificar as bases e as condições de nossos clubes e associações membros — acrescentou o presidente reeleito da Conmebol.
Domínguez também assegurou que os prêmios para os participantes da Libertadores e da Copa Sul-Americana serão aumentados. Com isso, exigirá que as equipes tenham um controle financeiro mais rigoroso, uma vez que haverá mais recursos disponíveis. Apesar das propostas, o dirigente não especificou como será implementado o Fair Play financeiro na Conmebol.
Juntamente com o Palmeiras, o Flamengo se destaca como um dos maiores defensores do Fair Play financeiro no Brasil. O Mengão, por exemplo, tem mencionado o caso do Internacional, que ainda está em débito pela contratação de Thiago Maia, realizada há mais de um ano, enquanto continua a se reforçar. O Corinthians e o Botafogo também são citados, pois têm investido mais do que arrecadam.
O discurso da Conmebol está alinhado com a perspectiva da Confederação Brasileira de Futebol, sob a nova presidência de Samir Xaud. Em uma de suas primeiras entrevistas após assumir o cargo, o dirigente afirmou que o Brasil também precisará se adaptar às novas regras.
“Hoje é um dia significativo para o futebol brasileiro, estamos formalizando a criação de um grupo de trabalho para finalmente tirar do papel o Fair Play financeiro, uma demanda antiga dos clubes que aguardavam essa prática há mais de dez anos. Este grupo será composto por representantes da CBF, federações estaduais, clubes das Séries A e B, além de especialistas em finanças, governança e direitos esportivos. Desejamos um debate plural e técnico que reflita a realidade do nosso futebol”, afirmou Samir Xaud, na segunda-feira (09).
Em síntese, o Fair Play financeiro consiste em um conjunto de regras que os clubes devem seguir para garantir que os gastos não superem as receitas. Em outros países, aqueles que desrespeitam essas normas podem ser multados, correm o risco de perder pontos em competições e podem até ser impedidos de realizar novas contratações.
— Existem SAFs, clubes de diferentes tamanhos… Muitos afirmam que o Flamengo é um clube rico. No entanto, é como um pai com 11 filhos; um deles se destacou, mas os outros 10 dependem dele e do pai. Temos várias modalidades esportivas que geram custos. Outros clubes não possuem essa diversidade. Apesar de poder gastar 100% do que arrecada no futebol, isso não é viável para mim. Mesmo que a lei permita. Acredito que, no Brasil, estabelecer um limite de 75% para gastos com futebol já seria bastante razoável. Isso poderia ser benéfico. Como as situações variam, será desafiador criar um critério único que atenda a todos — comentou Bap em um evento recente.
Publicado em colunadofla.com