Conmebol

Deputado solicita à CBF ações contra o racismo na América do Sul

A crise envolvendo a Conmebol ganhou novos desdobramentos após as declarações racistas do presidente Alejandro Domínguez na última terça-feira (18). Nesta quarta-feira (19), o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) encaminhou um ofício à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), solicitando da entidade ações efetivas no combate ao preconceito racial.

Conforme noticiado pelo jornal, o deputado Pastor Henrique Vieira redigiu um documento onde afirma: ‘as atitudes de torcedores racistas nas competições da Conmebol não serão apenas toleradas, mas também estimuladas pelo seu representante maior’. Assim, resta apenas aguardar as respostas e a decisão do presidente Ednaldo Rodrigues, da CBF.

Durante a partida entre Palmeiras e Cerro Porteño (PAR) pela Copa Libertadores Sub-20, o atacante palmeirense Luighi foi alvo de atos racistas por parte dos torcedores paraguaios. Após o término do jogo, o jogador se emocionou e exigiu punições. Em seguida, a presidente do Palmeiras ressaltou que solicitariam medidas punitivas contra os adversários junto à FIFA. Além disso, Leila Pereira mencionou a possibilidade de os clubes brasileiros se retirarem da Conmebol, em razão do triste histórico da entidade com as equipes nacionais.

A controvérsia não se limitou a isso. Na última terça-feira (18), o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, fez comentários racistas ao se referir aos clubes brasileiros. O mandatário declarou que uma eventual saída das equipes do Brasil seria ‘igual ao Tarzan sem Chita’, fazendo alusão à chimpanzé do desenho animado. Assim, suas falas provocaram uma forte repercussão negativa no universo do futebol.

O Flamengo, através do presidente Luiz Eduardo Baptista, manifestou apoio ao discurso da Conmebol no combate ao racismo na América do Sul. Na última segunda-feira (17), o dirigente rubro-negro enfatizou que as decisões foram reflexivas e apropriadas. Nessa ocasião, a proposta é penalizar os clubes que não tomarem medidas contra torcedores que praticarem preconceito racial.

Achei o discurso adequado e ponderado. É sempre importante lembrar que, embora o racismo seja algo odioso e, no Brasil, seja crime, nos outros 10 países da Conmebol não é. Eu entendo o desafio da Conmebol de lidar com 10 governos que não têm a mesma visão que o brasileiro teve. Ele colocou muito bem que é um aspecto cultural. Para nós, no Brasil, é crime, e para eles, não — declarou o presidente do Flamengo.

Publicado em colunadofla.com

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Redação Flamengo RJ

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