Estar no G4 do Brasileiro, além do título, é meta de todo grande clube na temporada. A posição garante vaga direta na fase de grupos da Libertadores. Isso bastaria para que o trabalho do treinador fosse prestigiado e mantido no comando para a principal competição continental, certo? Não nesse Brasileirão atípico, que começou em 2020 e só vai terminar depois do Carnaval por causa da pandemia do novo coronavírus. Dos comandantes dos quatro primeiros colocados na tabela, nenhum deles está confirmado no cargo. Por motivos distintos.

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Líder do campeonato, o Internacional pode ser campeão brasileiro depois de mais de quatro décadas sob o comando de Abel Braga. O técnico, porém, assinou com o clube, em novembro, sabendo que seu contrato encerraria ao fim da competição.  Ele veio em substituição a Eduardo Coudet, que assumiu o Celta de Vigo, da Espanha. Teve um começo cambaleante, mas depois recolocou o Inter no prumo. Já são oito vitórias seguidas. Mas a nova diretoria do Inter já tinha um acerto prévio com o treinador espanhol Miguel Ángel Ramírez para o próximo ano e pretende mantê-lo.

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No vice-líder São Paulo, a questão é técnica. A recente má fase do clube e a perda da liderança colocaram o técnico Fernando Diniz na berlinda. Perder o título brasileiro, que não ganha desde 2008, pode ser suficiente para não mantê-lo no cargo mesmo com a vaga na Libertadores quase garantida (84% de chances, segundo o site Infobola).

O Atlético-MG, terceiro colocado, pode ficar sem Jorge Sampaoli na Libertadores. O técnico não garantiu sua permanência após o Brasileiro, apesar de ter contrato até dezembro deste ano. As cobranças da torcida que protestou na Cidade do Galo, CT do clube, irritaram o treinador, que esperava apoio dos torcedores na reta final do campeonato.

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Favorito ao título após a campanha de 2019, o Flamengo não conseguiu manter a superioridade na atual temporada. O primeiro culpado foi Domènec Torrent, que assumiu depois da saída de Jorge Jesus. Desde novembro, o comando está nas mãos de Rogerio Ceni, que foi eliminado na Libertadores e na Copa do Brasil e não consegue encaixar sequência de vitórias. Sua queda antes mesmo do fim do Brasileiro foi cogitada e a permanência agora depende de uma arrancada rumo ao título (são 6% de chances, de acordo com o Infobola).