Dono do Botafogo ironiza Flamengo e outros clubes após reunião sobre Fair Play Financeiro

Flamengo e outros clubes do futebol brasileiro debateram a possibilidade de implementar o Fair Play Financeiro. O intuito é conter a ascensão do Botafogo, que está realizando investimentos significativos em 2024. A reunião ocorreu na última segunda-feira (02). Nesta quarta-feira (04), John Textor, proprietário da equipe de General Severiano, provocou o Mengão, ironizou o Vasco e outras equipes que participaram do debate.

— *Quando as pessoas falam que a Eagle (empresa de Textor) gasta muito mais dinheiro do que Flamengo e Palmeiras, é claro que fizemos. Tivemos que construir um elenco do zero. Tivemos que retornar à Série A e ser competitivos, tivemos apenas quatro semanas para montar um elenco com 27 jogadores e evitar o rebaixamento. É óbvio que tivemos que gastar mais do que os outros, pois construímos do zero, e o contrato exigia que fizéssemos exatamente o que está sendo feito — afirmou Textor em uma coletiva de imprensa.

— *Estou estabelecendo uma relação com Pedrinho, presidente do Vasco. O Vasco tentou implementar a SAF, seu contrato exigia que os investidores investissem até mais do que eu sou obrigado. Achei muito curioso que Pedrinho estivesse nessa reunião falando sobre fair play financeiro, apenas porque sua SAF não teve tanto sucesso. Ele tentou fazer a mesma coisa, não deu certo e agora está em uma reunião onde não fui convidado reclamando sobre como investimos? Se a 777 ainda estivesse aqui, o Vasco estaria fazendo a mesma coisa agora — acrescentou o norte-americano.

Representantes de Flamengo, Fluminense, São Paulo, Fortaleza, Internacional, Vasco, Atlético-GO e Palmeiras participaram da reunião da última segunda-feira (02). A discussão teve início após o presidente rubro-negro Rodolfo Landim se manifestar, destacando, após a goleada do Botafogo no clássico que terminou 4 a 1, no Brasileirão, os investimentos de Textor.

Segundo o dirigente do Flamengo, o Botafogo gastou R$ 450 milhões em 2024, montante superior à receita do ano anterior, que foi de R$ 322 milhões. Portanto, o rival não estaria em conformidade com as regras do Fair Play Financeiro, que proíbem investimentos acima do que é arrecadado.

*Vamos iniciar com a definição de fair play financeiro, parece algo evidente, todos desejam fair play. Porém, não é isso que a expressão significa na Europa, se acessarem meu site verão que abordo essa questão. O termo fair play financeiro é uma fraude, pois não é justo o suficiente. Determina que os times só podem gastar 75% das receitas com salários de jogadores. Trata-se de uma regra na Europa feita para permitir que os grandes clubes, com suas grandes marcas, como Liverpool e Manchester United, gastem mais dinheiro. Isso não é justo. O Crystal Palace tem que competir contra o Manchester United, que tem permissão para gastar mais com jogadores, não há equidade financeira. Não é fair play financeiro, é injusto.

*Colocam outras palavras, como sustentabilidade, que há fair play financeiro porque se preocupam com o clube. Na Premier League, você tem pequenos clubes adquiridos por bilionários, com muito dinheiro, mas não podem gastar. Apenas os grandes clubes, com os maiores orçamentos globais, são permitidos a gastar. Não se trata de sustentabilidade financeira para a saúde do clube, mas sim de uma prática injusta, uma regra feita para permitir a hegemonia, dos grandes clubes sempre dominarem.

*Quando as pessoas falam que a Eagle gasta muito mais dinheiro do que Flamengo e Palmeiras, é claro que fizemos. Tivemos que construir um elenco do zero. Eles possuem equipes maduras, que foram formadas ao longo do tempo, possuem categorias de base consolidadas, com jogadores como Endrick surgindo em sua base. Tivemos que retornar à Série A e ser competitivos, tivemos apenas quatro semanas para montar um elenco com 27 jogadores e evitar o rebaixamento. É óbvio que tivemos que gastar mais do que os outros, pois construímos do zero, e o contrato exigia que fizéssemos exatamente o que está sendo feito.

*Sobre o Brasil. Quero lembrar a todos que vim para cá devido ao conhecimento dos legisladores, que criaram a Lei da SAF. Essa lei atraiu investidores estrangeiros, trazendo dinheiro de fora para dentro do Brasil. Isso é benéfico não apenas para o futebol, mas também para a economia brasileira. Assinei um contrato que exigia que investisse no clube, não apenas operasse, mas investisse fortemente no clube, nas estruturas, nos jogadores… A Lei da SAF demandava que eu investisse, e estou investindo.

*Estou construindo uma relação com Pedrinho, presidente do Vasco. O Vasco tentou implementar a SAF, seu contrato exigia que os investidores investissem até mais do que eu sou obrigado. Achei muito peculiar que Pedrinho estivesse nessa reunião falando sobre fair play financeiro, apenas porque sua SAF não teve tanto sucesso. Ele tentou fazer a mesma coisa, não deu certo e agora está em uma reunião onde não fui convidado reclamando sobre como investimos? Se a 777 ainda estivesse aqui, o Vasco estaria fazendo a mesma coisa agora.

*Estamos agindo em conformidade com o fair play financeiro, gastando 45% do nosso orçamento em salários. Estamos investindo nosso capital em ativos, estruturas e contratações de jogadores. Apesar de algumas pessoas estarem descontentes com o fato de o Botafogo repentinamente se tornar forte novamente, somos o clube mais tradicional do Brasil, somos o Glorioso, não fiquem tão surpresos que o Botafogo esteja novamente próximo de vocês, como os principais times do país. Botafogo, Santos… Somos o Glorioso. Estamos aqui e não vamos mudar.

Publicado em colunadofla.com

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