Atualmente no São Paulo, Dorival Júnior é, sem sobra de dúvida, um dos técnicos brasileiros mais vitoriosos. Em 2023, conquistou o seu título mais recente, garantindo a conquista inédita da Copa do Brasil para o Tricolor. E, ao longo da extensa carreira, também recebeu alguns rótulos, entre eles o de “paizão”.
Em entrevista ao site GE, Dorival rebateu o rótulo, que muitas vezes limita o trabalho dos treinadores a um bom relacionamento com os jogadores no dia a dia de um clube, e afirmou que, para além disso, também há muito conteúdo, disciplina e organização.
“Gostam que tachar: determinado treinador é ‘paizão’, por isso ele dá certo. Não é assim. No futebol, o paizão vai até a primeira semana”, começou por dizer.
“Depois disso, se você não tiver conteúdo, organização, disciplina, se você não apresentar soluções, se não desenvolver essas soluções no campo, não mostrar que tem entendimento do que está sugerindo… Pode ter certeza de que o ‘paizão’ não passa de 15 dias”, complementou.
Dorival ainda lembrou dos tempos de Flamengo para explicar por que não basta ser um “paizão” para obter sucesso nos bastidores de um clube e trazer resultado. Como em 2022, quando chegou ao Rubro-Negro em meio a uma “crise” e conseguiu contorná-la, levando a equipe aos títulos da Copa do Brasil e CONMEBOL Libertadores no segundo semestre.
Inclusive, o experiente treinador de 61 anos precisou contornar uma situação envolvendo os seus dois principais atacantes do elenco, Pedro e Gabigol, conseguindo utilizar ambos entre os titulares. E tudo isso ultrapassando a barreira do “feijão com arroz”, outro “rótulo” que recebeu ao longo da carreira.
“O que é o simples no futebol? Ouvi muito isso no Flamengo. O que era simples se ninguém tinha sequer tentado colocar Pedro e Gabriel juntos. Ninguém tinha tentado essa ‘fórmula absurda’. Simplicidade para jogar? Sim. Mas com cada um respeitando sua maneira de jogar e sendo efetivos”, concluiu.
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