Revelado pelo Flamengo, com passagens por Fluminense, Santos, Bahia e Goiás, Kayke deixou o futebol brasileiro há poucos meses para atuar no Qatar Sports Club. Em Doha, cidade-sede do Mundial de Clubes de 2019, ele é só mais um rubro-negro na torcida.
Rubro-negro desde criança, ele acompanhou a trajetória do time na conquista da Libertadores e segue, agora in loco, no Mundial. Ele até apostou com um companheiro inglês na vitória do time do coração.
Foi um prazer enorme reencontrar vocês aqui 🇶🇦❤️🖤
Famílias unidas: Kayke e Arão com as esposas e o bebê. Na torcida pelos amigos do time do coração — Foto: Reprodução
– Tenho que puxar a sardinha, né. É Brasil, é Flamengo. Já fiz uma aposta com um rapaz do meu time que é da Inglaterra. Eles disseram que vão atropelar, que é outro nível. E vamos mostrar que não. A gente apostou, quem perder paga um jantar. É importante para o povo, que confia muito no futebol brasileiro. Imagina o Flamengo sendo campeão aqui? – comentou Kayke.
Kayke está com 31 anos. O atacante atuou pelo Goiás neste Brasileiro até aceitar a proposta e fazer as malas para o Oriente Médio. Longe do Brasil, fica à vontade para vibrar com o ex-time.
– Quando saí do Brasil comecei a acompanhar com mais gosto a boa fase do Flamengo. Eu nasci ali dentro, sempre fui flamenguista. Tenho muito carinho pelas pessoas que estão lá ainda – contou ele, que é amigo de Willian Arão, meia do Flamengo, e já converteu um espanhol em Doha para torcer junto.
Kayke com o filho no colo: oito gols em nove jogos pelo novo time no Catar — Foto: Arquivo pessoal
O atacante foi ao Khalifa Stadium assistir à partida semifinal contra o Al Hilal, mas não poderá estar presente na final contra o Liverpool, pois estará concentrado com o Qatar Sports Club. Ele falou sobre os costumes no país de origem árabe, enfrentados pelos brasileiros que foram acompanhar o Mundial.
– O brasileiro tem o costume de ir aos jogos e tomar aquela cerveja. Combinar um lugar para ficar na resenha, sem camisa, no espírito do futebol. Aqui no Catar não existe isso. Ninguém anda sem camisa na rua. É uma falta de respeito absurda você estar de camiseta regata. Isso o homem. A mulher nem se fala. Quando a gente vai no shopping, tem que ir de calça, não mostrar o joelho. É uma regra, tem na porta dos estabelecimentos dizendo o que não pode. Mulher não pode mostrar o ombro, colo, joelho. É diferente.
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Elogios de Xavi
O jogador comentou a experiência de ter vencido o Al Saad, equipe treinada por Xavi, por 3 a 0, com direito a uma assistência e um belo gol marcado. Após a partida, o atacante conversou com o ex-jogador, a quem admirava desde os tempos gloriosos de Barcelona, de Messi e Iniesta.
Com a camisa do Flamengo: jogador se disse realizado por ter atuado no time do coração — Foto: Arquivo pessoal
– Tem alguns jogos especiais aqui no Catar. Os estrangeiros têm que mostrar o valor nesses jogos, fazer a diferença. Eu estava na expectativa muito boa para esse jogo, pelo que representava. Era o atual campeão da liga e o meu time não vencia o Al Saad há muito tempo. A gente conseguiu fazer uma excelente partida, fiz um belo gol e dei uma assistência, vencemos por 3 a 0. Depois do jogo, acabei conversando com o Xavi, ele nos deu os parabéns. Foi bacana, pois é um cara que é referência no futebol mundial. Sempre fui fã do jogo dele no Barcelona. E depois um dos sheiks convidou todo o time para celebrar a vitória – disse o atacante.
Com oito gols em nove jogos pela atual equipe, ele é artilheiro da Copa Nacional. Sair do Brasil representou olhar com mais carinho para o futuro.
– Joguei no Japão, agora estou no Catar. Pude aprender muito. Estava fazendo um bom campeonato no Goiás, fiquei feliz até por eles terem conquistado a vaga na Sul-Americana. Estou com 31 anos, escolhi vir pois já pensamos no futuro. Sempre tive o sonho de jogar no Maracanã, vestir a camisa do Flamengo e consegui. Hoje estou muito feliz, estrutura do clube é excelente. Minha família, segurança e escola, não tenho do que reclamar – disse o atacante do Qatar.