Casa cheia para o Flamengo em São Paulo não é novidade em 2016. Contra o Fluminense, pelo Carioca, o clube registrou seu segundo maior público como mandante na temporada (28.727 pagantes). Neste domingo, às 11h, diante do Figueirense, o Pacaembu ficará mais lotado ainda, pois todos os ingressos destinados aos rubro-negros estão vendidos (cerca de 30 mil). Quem também se sente em casa na Terra da Garoa é mais da metade do elenco rubro-negro: são 11 paulistas e outros seis atletas com passagens marcantes por times de lá.
A turma representa 54% do grupo flamenguista, composto atualmente por 31 jogadores.
O time de paulistas é formado por Paulo Victor (Assis), Rodinei (Tatuí), Réver (Ariranha), Rafael Vaz (São Paulo), Léo Duarte (Mococa), Willian Arão (São Paulo), Ronaldo (Itu), Alan Patrick (Catanduva), Ederson (Parapuã), Diego (Ribeirão Preto) e Fernandinho (São Paulo). Curioso é que três deles são formados na base rubro-negra: PV, Léo Duarte e Ronaldo – estes dois iniciaram a carreira em clubes de empresários. Do grupo, os dois mais bem-sucedidos em São Paulo são Alan Patrick e Diego, que foram muito bem com a camisa do Santos. O último, aliás, é ídolo do Peixe e figura crucial na conquista dos Brasileiros de 2002 e 2004.
Fernandinho tem história diferente dos demais. Apesar de ter nascido na capital de São Paulo, mudou-se ainda pequeno para Ameixas, um distrito de Pernambuco. Lá cresceu e só foi defender um clube paulista em 2008. Com a camisa do Barueri, ganhou projeção nacional e conseguiu transferência para o Tricolor do Morumbi.
Leandro Damião viveu o oposto. Nascido no Paraná (Jardim Alegre), foi novo para São Paulo, onde criou-se no bairro de Jardim Ângela, na periferia paulista. Na várzea deu seus primeiros passos até voltar para o Sul e vestir as camisas de pequenos catarinenses antes de explodir com a camisa do Internacional.
Identificado com o futebol do Rio em função da longa passagem pelo Vasco e de um início bem positivo no Flamengo, Rafael Vaz brincou ao ser chamado de carioca pelo companheiro Réver em entrevista ao GloboEsporte.com: “Com todo respeito aos cariocas, mas eu sou paulista, mano”. Na mesma conversa, Vaz tratou o parceiro como gaúcho devido às passagens por Inter e Grêmio, mas o capitão também se afirmou como filho de São Paulo.
“Paulistas postiços”
Alex Muralha – mineiro de Três Corações, foi jovem para São Paulo, onde se profissionalizou com a camisa do Olé Brasil. Lá, ainda vestiu as camisas de Votoraty, Comercial e Mirassol. A partir desta sexta-feira virou goleiro de Seleção.
Pará – Natural de São João do Araguaia, interior paraense, Marcos Rogério Ricci Lopes chegou a São Paulo com 13 anos para fazer testes no Tricolor. Não passou. Depois morou em pensão e até mesmo numa guarita na época em que jogava na escolinha do Barcelona. Em 2004, aos 18, conseguiu se profissionalizar pelo Santo André. Quatro anos depois, transferiu-se para o Santos, onde foi campeão paulista duas vezes, da Copa do Brasil e da Libertadores.
Chiquinho – Maranhense, o lateral-esquerdo debutou no futebol paulista em 2012, à época com 23 anos. Mas a passagem pelo Corinthians foi apagadíssima. Seu ápice deu-se no clube seguinte, a Ponte Preta, onde foi vice-campeão da Sul-Americana. Ainda passou pelo Santos em 2015, mas não vingou.
Márcio Araújo – Conterrâneo de Chiquinho, o volante de 32 anos vestiu a camisa do Palmeiras por quatro temporadas, realizou 252 jogos e conquistou dois títulos: Copa do Brasil 2012 e Série B 2013.
Emerson Sheik – Nascido em Nova Iguaçu, Sheik é apaixonado pelo Rio e sempre se declarou rubro-negro. O Flamengo que lhe deu projeção nacional a partir de 2009, quando chegou como um desconhecido ao Brasil já com 30 anos. Conquistou a torcida com sua importância na campanha do hexa, mas saiu rapidamente. No Corinthians, ganhou Brasileiro, Paulista, Libertadores e Mundial. Ganhou também o coração da torcida corintiana, a quem não cansou de classificar como mais especial e atuante do que a do Fla. Voltou de São Paulo como ídolo e até conversando uma pronúncia do S diferente do chiado dos cariocas.
Guerrero – Peruano, o jogador mais caro do Flamengo iniciou sua trajetória em terras brasileiras com a camisa corintiana. E, em seu primeiro ano pelo clube, fez apenas o gol do título mundial. Criou laços e batizou dois de seus cavalos como Pacaembu e Iguatemi, dois locais pelo qual tem enorme admiração em São Paulo.
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