Pablo Marí tem menos de um mês de Flamengo. São só dois jogos, com duas vitórias e uma classificação heroica para as quartas de final da Libertadores. Mas o zagueiro espanhol já caiu nas graças dos rubro-negros e tem se sentido em casa após 21 dias. À cada contato com a imprensa, ele e seu sorriso aberto não escondem a felicidade e o encantamento com o clube e a torcida.
A sua primeira entrevista exclusiva no Brasil, porém, foi para a Espanha. O repórter Aritz Gabilondo do "Jornal AS" esteve no Ninho do Urubu nos últimos dias para entender o que levou o espanhol de 25 anos a se aventurar pela América do Sul. Marí explicou que pesou em sua escolha o técnico português Jorge Jesus e comparou o Flamengo aos gigantes de seu país, Real Madrid e Barcelona:
– Tudo neste clube tem um impacto enorme. O Flamengo é como o (Real) Madrid ou o Barça. Na medida em que a massa social está no nível mais alto, ela pode ser comparada a qualquer um dos grandes clubes do mundo. Além disso, agora ele fez uma aposta esportiva muito forte. Existe um investimento econômico importante – respondeu, ao comentar o aumento de seguidores em suas redes sociais.
Pablo Marí tem dois jogos e duas vitórias pelo Flamengo — Foto: Jorge R Jorge/BP Filmes
Confira a entrevista na íntegra:
AS: Como foi para você sair da Segunda Divisão com o Deportivo (La Coruña) para liderar a defesa de um tradicional como o Flamengo?
Marí: – Isso foi algo inesperado, até para mim. Tudo foi feito muito rápido. Assim que recebemos a notícia de que eles queriam me contratar, fechamos em apenas dois dias. Eu estava decidido que queria ir jogar no Flamengo quando surgiu a possibilidade. É um clube enorme, com muitos seguidores. Um grande.
Quem é o pilar da contratação?
– O técnico, Jorge Jesus. Eles me disseram que na primeira reunião que teve no clube depois de assinar, quando começaram a planejar as contratações, colocou meu nome em cima da mesa. Para mim foi uma grande surpresa porque eu não o conhecia, além de saber o excelente trabalho que ele fez no futebol português. Foi ele quem me escolheu.
É grato a Jorge Jesus, então.
– Sim. Disseram-me maravilhas sobre ele e estou podendo constatar agora que estou trabalhando sob seu comando. Ele é um técnico espetacular, se nota em cada treinamento. Ele também tem uma ótima mentalidade.
Você conhecia a grandeza do Flamengo?
– Sempre sabemos das coisas, embora na Europa não chega toda a informação possível porque é um futebol que não se acompanha nos jornais. Mas é o Flamengo. É conhecido no mundo inteiro. Além disso, recentemente jogaram uma final continental e isso teve ainda mais repercussão.
Em seu primeiro jogo no Brasileirão, fez parte da equipe titular na rodada, e no segundo, na volta das oitavas de final da Libertadores contra o Emelec, conseguiu uma virada coroada nos pênaltis. Já começou forte, não?
– Sim. Ainda estou girando sobre o jogo contra o Emelec e tudo ao seu redor. Foi incrível a torcida. Não posso descrever. Estas coisas tem que serem vividas para entendê-las. havia um grande clima para a virada desde o início, uma sensação de final épica.
Há transmitido imagens espetaculares dos torcedores que receberam o time e depois os apoiaram durante a partida. Como você viveu isso?
– Foi tremendo. Poucas vezes um jogador vive algo assim. Inclusive sendo jogador da Primeira Divisão é difícil disputar jogos com tanta emotividade. Saímos do CT e as pessoas já nos encorajavam. Eles estavam nos seguindo para o Maracanã. Então veio a entrada do estádio cercada por tanta gente. E a partida também, claro, com 76.000 torcedores apoiando em todos os momentos das arquibancadas. Foi apoteótico.
"A melhor torcida do mundo", dizem eles do Flamengo. De fato, a camisa número 12 foi removida justamente como uma homenagem ao torcedor por seu apoio.
– Aqui as pessoas levam o futebol muito a sério, de verdade. A torcida desse time vive por e para o Flamengo. É a maior do Brasil, a que tem mais seguidores. Percebe-se.
Zagueiro espanhol diz que foi escolhido por Jorge Jesus — Foto: Divulgação
Você passou de 8.000 seguidores no Instagram para 231.000…
– É que tudo neste clube tem um impacto enorme. O Flamengo é como o (Real) Madrid ou o Barça. Na medida em que a massa social está no nível mais alto, ela pode ser comparada a qualquer um dos grandes clubes do mundo. Além disso, agora ele fez uma aposta esportiva muito forte. Existe um investimento econômico importante.
Chegaram Filipe Luís e Rafinha, jogadores de destaque que vêm do futebol europeu assim como você. Além do técnico, Jorge Jesus.
– Isso fala da importância do projeto. Assim que soube do interesse de Jorge Jesus por mim, ficou claro. Teria que dizer sim ou sim.
Falam muito do Zico…
– Claro. Zico é uma espécie de Deus para a torcida do Flamengo, um ídolo absoluto.
E sobre Vinicius (Junior)? É a última joia que saiu do Mengão.
– Do Vinicius também me falam maravilhas. Ele era um jogador muito importante e isso era de conhecimento no clube desde que ele era criança. Assim que ele se destacou um pouco, foi contratado para a Europa.
Apesar de toda essa grandiosidade do Flamengo de que falamos, apenas uma vez (1981) ganhou a Libertadores. Muito pouco para uma entidade assim. Esta é uma boa oportunidade?
– Estamos nas quartas e vamos tentar chegar o mais longe possível. Vai ser difícil. Na Libertadores há mais nível do que no Brasileirão e nesta fase continuam vivas as melhores equipes. Mas a nossa mentalidade é clara: sair a ganhar todos os jogos. É o que o técnico nos incumbe, e com essa determinação conseguimos a virada nas oitavas. Podemos competir por grandes coisas.
— Foto: Divulgação
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